O presidente da Câmara Municipal de Lisboa irá dar conta à restante vereação, em reunião camarária, do modelo de reestruturação e organização do Teatro Maria Matos, disseram à Lusa fontes municipais, anunciou esta quinta-feira o autarca.

Fernando Medina (PS) anunciou durante a reunião privada do executivo que “traria à Câmara, para informação, o modelo de reestruturação e organização do Teatro Municipal Maria Matos”, avançaram as fontes.

A vereadora da Cultura do município anunciou em dezembro um novo projeto de gestão dos teatros da autarquia, que tem por objetivo resgatar lugares associados à cultura e diversificar a oferta cultural da cidade. Em declarações à Lusa, Catarina Vaz Pinto explicou que o novo plano contempla que apenas o Teatro Maria Matos seja gerido por uma entidade externa.

Num debate que aconteceu na terça-feira, na Assembleia Municipal, Medina já se tinha mostrado disponível para discutir os “termos e valências” da concessão do Teatro Municipal Maria Matos a privados, depois de a maior parte da oposição ter criticado a decisão e o facto de ter sido conhecida através dos jornais.

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O plano abrange 11 teatros, dois dos quais – São Luiz e Maria Matos – estão sob gestão da Empresa Municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC).

Este assunto foi hoje falado na reunião privada do executivo, uma vez que os vereadores do PCP e CDS-PP apresentaram moções sobre o teatro, mas ambas foram chumbadas.

A moção do PCP previa a rejeição da “concessão do Teatro Maria Matos a entidade privada” e que a Câmara de Lisboa “mantenha o teatro na sua esfera de responsabilidade”, e ainda que “mantenha em atividade o projeto cultural que fundou, integrando-o numa estratégia que contemple a produção e fruição cultural em plenas condições e ao serviço de toda a população”.

Por seu turno, o documento apresentado pelo CDS-PP previa que a futura programação do Maria Matos passasse “por uma plataforma de projetos artísticos de qualidade, com identidade própria, vocacionados para diferentes públicos”.

O objetivo seria “que aquele espaço pudesse ter várias valências culturais”, que não só o teatro, disse o vereador centrista João Gonçalves Pereira à agência Lusa.

Para o vereador do BE, que detém as pastas da Educação e Direitos Sociais, “fazia sentido haver essa discussão em reunião de Câmara”, mesmo apesar de a vereadora da Cultura “ter autonomia” para implementar o plano previsto sem necessitar de aprovação da Câmara Municipal.

Para o PSD, este processo não constitui uma privatização, posição não partilhada pelos comunistas, que o “rejeitam completamente”.

Na reunião, o executivo de maioria socialista rejeitou também uma outra moção apresentada pelos centristas, no sentido de haver um “aumento a partir de 2019, para 10%, do valor alocado dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Turístico para o reforço da higiene urbana”.

PSD e CDS-PP apontaram que o turismo tem “grande pressão” na higiene da cidade e defenderam um reforço de políticas como esta por forma a Lisboa ser uma cidade “mais limpa, mais cuidada, mais bonita”.

Por seu turno, o vereador Ricardo Robles (BE) advogou que “o CDS vem tarde”, uma vez que essa medida “consta do acordo” de governação da cidade firmado entre bloquistas e socialistas, estando também “refletido nas Grandes Opções do Plano”.

Para Robles, a “estratégia do CDS é correr os pontos acordados entre o BE e o PS e dizer que se lembrou” de medidas.