O ciberataque que afetou a rede informática de dois Ministérios do governo federal da Alemanha continua ativo e terá causado danos “ainda” impossíveis de contabilizar, anunciou esta quinta-feira a comissão parlamentar de assuntos de segurança.

“Este é um ciberataque autêntico a uma parte da rede do governo (…) e ainda está a acontecer”, disse no final de uma reunião de urgência da comissão Armin Schuster, deputado da União Democrata-Cristã (CDU), em conferência de imprensa.

O deputado não avançou com mais detalhes de modo a não revelar informações aos piratas informáticos (ou ‘hackers’). “Há um ataque que está a decorrer, qualquer discussão pública de detalhes iria simplesmente ajudar os atacantes, e isso é algo que não queremos fazer”, enfatizou. Schuster confirmou que não ser “ainda possível verificar a dimensão dos danos, seria prematuro”.

De acordo com declarações do secretário de Estado para os Assuntos Internos, Ole Schröder, à imprensa local, o ataque foi “isolado e está sob controlo” de modo a que as autoridades consigam analisá-lo.

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A comissão parlamentar de assuntos de segurança reuniu de emergência no parlamento, o Bundestag, após informações divulgadas ontem pelos órgãos de comunicação social. Na quarta-feira, a agência noticiosa alemã DPA avançou que os Ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros tinham sido alvo de um ataque informático. Segundo a agência, os serviços de inteligência detetaram a invasão durante o mês de dezembro.

O grupo “Fancy Bears”, também conhecido como “ATP28”, associado aos serviços de inteligência militar russos, tinha sido identificado como provável autor do ataque ao Bundestag em 2015, bem como à NATO e a países do leste da Europa.

Após as informações avançadas pela DPA, fontes oficiais confirmaram a existência de “indícios” de que o grupo russo é responsável pelo ataque. Várias campanhas eleitorais têm sido afetadas por ciberataques atribuídos ao grupo “Fancy Bears”.

Entre as campanhas afetadas pelos ‘hackers’, estão a de Hillary Clinton, candidata Democrata nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 e a do agora Presidente francês, Emmanuel Macron, antes da segunda-ronda das presidenciais francesas em 2017.