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[este texto foi originalmente publicado a 17 de março de 2016 e atualizado após a notícia da morte de Dina, a 12 de abril de 2019]

A lista de convidados para os concertos de março de 2016 era generosa: Ana Bacalhau, B Fachada, Best Youth, D’alva, Da Chick, Márcia, Mitó, Samuel Úria e os Tochapestana. Todos estiveram no Teatro S. Luiz em Lisboa, no dia 22, e no Teatro Municipal Rivoli no Porto, a 24 de março. Foram concertos especiais e assinalaram a despedida de Dina, uma celebração da carreira da cantora e compositora com as vozes de outros músicos e canções de todos os seus discos — sobretudo do primeiro, “Dinamite”, de 1982, que foi interpretado na íntegra. Dina morreu três anos depois, a 12 de abril de 2019, vários anos depois de ter começado a lutar contra a fibrose pulmonar que a obrigou a deixar os palcos.

Morreu a cantora e compositora Dina

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Os concertos foram ideia de Gonçalo Tocha (Tochapestana), que queria homenagear a cantora. Há muito que o músico conhecia “gente que gosta da Dina”. “Devolver a obra dela às gerações mais novas” foi a ideia que o cativou e que também entusiasmou a cantora. “Para já, todos eles sabem perfeitamente quem eu sou. Todos eles conhecem muito do meu trabalho. Uns uma parte, outros outra, mas têm carinho pelo que fiz”, confessava-nos Dina na altura. Toda uma geração mais nova de músicos pop uniu-se para o adeus a uma das grandes cantoras do “país dos estigmas”, como ela o classificava. Eram esses estigmas que, para Dina, explicavam o desconhecimento geral em relação ao seu trabalho, cujo destaque incidiu sempre em uma ou duas canções. “As pessoas pensam que há só o ‘Há Sempre Música Entre Nós’ e a música da fruta (‘Amor de Água Fresca’). Mas há mais.”

9 fotos

Já há algum tempo que a cantora andava afastada das canções e dos palcos. Em conversa com o Observador, contou-nos o motivo desse desaparecimento: “Tenho fibrose pulmonar há 9 anos, uma doença irreversível. [por causa da doença] Já não tenho capacidade pulmonar para suster uma nota. Canto uma canção e fico muito cansada.” É por isso que “estes concertos servem para dizer um ‘xau’ aos palcos. Não perdi a capacidade de compor mas a de cantar, essa perdi-a. Apesar do aparelho vocal estar bestial, o mesmo não se pode dizer do meu sistema respiratório”, dizia. Acrescentava ainda que ficou “aquém” do que tinha imaginado, que podiam “ter acontecido muito mais coisas” com o percurso que construiu. “Algumas coisas não aconteceram por minha culpa, mas noutras não tive culpa nenhuma”, diz.

Na conversa que o Observador teve com Dina em março de 2016, a cantora recordou a sua vida, a carreira, as canções, as conquistas e as desilusões.

[Viagem pela carreira de Dina em oito canções]

Quinteto Angola

Depois do 25 de Abril e em pleno processo de descolonização, chegaram a Carregal do Sal, onde Dina vivia (e onde nasceu, a 18 de junho de 1956), alguns grupos de retornados, vindos de Angola ou Moçambique. Dina, que nunca largava a guitarra e a levava todos os dias para a escola, acabou por conhecer os colegas com os quais viria a tocar, os mesmos que tinham chegado de África: “Já tocavam todos juntos em Angola. Tocavam música instrumental e música africana.” Foi o primeiro contacto de Dina com essas sonoridades. Ficou deslumbrada, “fascinada com aquele ritmo, com aquela coisa toda”, recordava.

Os concertos

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“Ele [Gonçalo Tocha] percebeu que no meio de tanta coisa que eu tinha, havia muita coisa boa. E insistiu que isto fosse feito. Quando ele falou nestes nomes todos, achei o máximo”, recorda-nos Dina. Gonçalo Tocha admite que, inicialmente, também só conhecia um dos singles da artista, apesar da sua banda ter feito uma versão do primeiro single de Dina, “Pássaro Doido”. Foi “ouvindo a sua discografia. Não conhecia o trabalho dela a fundo, ouvi porque ela me passou, conhecia como toda a gente conhece. O álbum, ‘Dinamite’, marcou-me muito.” E, a juntar a isto, também havia a pressão que a cantora sentia para “fechar a carreira de uma forma mais visível”. “Era preciso dar a hipótese de conhecer a sua obra a quem sempre lhe passou ao lado”, diz-nos Tocha.

Foi preciso pouco tempo até a banda perceber que precisava dela. “Eles precisavam de alguém que fizesse um equilíbrio para aquilo não ser só música africana, sobretudo por ser em Carregal do Sal.” Não se tratava de uma questão de preconceito, dizia-nos, era antes uma decisão de mercado: “Juntaram-me e acrescentaram música pop ao reportório porque era preciso conquistar mais público. Não era comum na altura mas eu e mais cinco homens fizemos espetáculos desde Vilar Formoso até Coimbra. Era uma novidade.” De tal maneira assim era que, muitas vezes, quem estava em frente ao palco observava admirado para o que se passava, sem prestar atenção à música: “Muitas vezes pegava na guitarra e as pessoas não dançavam, ficavam a olhar. Era uma coisa estranha para uma rapariga de 18 ou 19 anos nos anos 70 andar a fazer mini-digressões por terras da Beira Alta.” Havia dificuldades e incerteza mas também havia “fascínio”. “Éramos muito miúdos, muito mais inseguros, muito mais tudo, mas eram 500 escudos por concerto, para quem estava em casa dos papás aquilo era fantástico.”

Primeira oportunidade

Sozinha, já fora do Quinteto com o qual tocara, foi em 1975 ou 1976 — já não se recorda ao certo da data — ao programa “Nicolau no País das Maravilhas”, o mesmo que apresentava a rubrica “Sr. Feliz e Sr. Contente” de Nicolau Breyner e Herman José, e onde havia um espaço que dava uma oportunidade aos mais novos. Na altura era bem jovem e ainda morava em Carregal do Sal. Apresentou-se na televisão com um tema original. Como na altura ainda não conhecia nenhum letrista, a letra escolhida foi a de um poema de António Gedeão. Mário Castrim (jornalista e crítico, que morreu em 2002) viu este programa e fez uma crítica destrutiva do mesmo. Dina recordava esse momento: “Arrasava com o programa mas tinha uma ressalva: quem tinha de facto brilhado tinha sido uma jovem, de seu nome Ondina Veloso.” “Forma de Inocência” é o nome do poema de Gedeão que Dina cantou nestes seus primeiros minutos de fama:

Hei-de morrer inocente
exactamente
como nasci.
Sem nunca ter descoberto
o que há de falso ou de certo
no que vi.
Entre mim e a Evidência
paira uma névoa cinzenta.
Uma forma de inocência,
que apoquenta.
Mais que apoquenta:
enregela
como um gume
vertical.
E uma espécie de ciúme
de não poder ver igual.

Segunda oportunidade

Dina não quis enviar cassete para nenhuma editora. Não foi capricho nem mania, foi simplesmente o medo que a tal cassete ficasse esquecida em alguma gaveta. Conseguiu marcar uma reunião na Polygram, onde foi recebida por Tozé Brito. “Foi muito surpreendente quando ela apareceu, porque não foi como se ela viesse do mesmo local das outras pessoas. Ela não vinha de Lisboa e ninguém a tinha ouvido cantar. Vinha do Norte, de Carregal do Sal, nervosa mas a tocar e a cantar muito bem, a mostrar canções que ela própria escrevia e que de imediato me impressionaram”, contou-nos o antigo editor discográfico.

Dina apareceu de guitarra às costas, cumprindo todos os estereótipos de quem procura convencer alguém com cantigas. Cantou-lhes versões em inglês de músicas que viriam a formar o seu disco de estreia, com letras novas em português. Na altura conversou com a cantora sobre a sua prestação: “Fogo, cantas muito bem. Esta música é muito bonita”. Impressionou-o bastante, contava Tozé Brito: “A Dina foi daqueles casos de amor à primeira vista”. Arrebatou o A&R da editora e as outras pessoas que lá trabalhavam, que espreitavam pela porta. Tozé Brito percebeu rapidamente que havia talento nas canções de Dina: “Quando ela começou a tocar fiquei admirado, gostei imediatamente da voz dela, muito. Ela tinha, e ainda tem, uma voz lindíssima. Cantava bem, interpretava bem e, ainda por cima, compunha as próprias canções. Tinha tudo para dar certo.” Tanto que, se bem se recorda, ficou tudo decidido naquela reunião: “Logo quando a ouvi disse-lhe: ‘Dina, vamos em frente. Queremos assinar contrato. Queremos-te cá connosco’.”

O Primeiro Festival

A primeira participação de Dina no Festival da Canção aconteceu ainda antes de ter lançado qualquer disco. Foi com uma gravação que nunca chegou a editar — feita com Jorge Palma ao piano e Ramón Galarza na bateria — que se apresentou, conseguindo a aprovação do júri para participar no festival. A música era “Guardado em Mim”, uma das que tinha mostrado a Tozé Brito mas desta vez numa outra versão, já em português. Recordava-se dos elogios de pessoas como Simone de Oliveira: “’Esta miúda canta, tem uma voz fabulosa’, disse ela”. Começou com alguma inocência, mas nesse ano de 1980, apesar de não ter conquistado o primeiro lugar, recebeu o Prémio Revelação, que era habitualmente entregue pela crítica.

Dinamite

O passo decisivo em direção a um caminho mais adulto surgiu pouco depois. “Dinamite” foi o título escolhido para o primeiro disco de Dina e, também, o único a ser tocado na totalidade nestes concertos de despedida que passam pelo São Luiz e pelo Rivoli. Lançado em 1982, tinha como single a música “Pássaro Doido”. Esta música, com um andamento diferente das que até aí lhe estavam associadas, era “mais a abrir” — palavras da própria Dina, que colocava o tema entre géneros como o disco e o funk.

[o primeiro single de “Dinamite”, “Pássaro Doido”]

As coisas boas sucediam-se, depois do sucesso do Festival da Canção, do disco e de uma digressão com as Doce. Tudo estava a acontecer mas sentia-se abandonada, talvez por ser mais “auto suficiente”. “Supostamente era aqui que tudo ia começar”, conta, mas a editora inscreveu três temas deste disco no Festival da Canção, duas foram aprovadas: “Gosto do teu Gosto” e “Em Segredo”. “Ignorância da minha parte. A partir do momento em que me inscreveram, à minha revelia, ficou a parecer que o ‘Dinamite’ tinha apenas a ‘Gosto do teu Gosto’. A verdade é que as restantes músicas do disco são melhores e até surpreendentes.” “Podia ter atingido um mercado que na altura pretendia e não me ter dispersado tanto”, confessa-nos. Apesar disso, para Tozé Brito é “um belíssimo álbum, muito atual. A Polygram, que hoje em dia é a Universal, poderia e deveria reeditá-lo — sobretudo nesta altura em que Dina irá ser, de forma merecida, homenageada.”

dinamite

A capa do álbum “Dinamite”, de 1982

Quando as nuvens choraram

Um ano depois de ter colocado um primeiro álbum nas lojas, Dina lançou um dos seus singles de maior sucesso: “Pérola Rosa Verde Limão Marfim” em 1983 e depois desapareceu: “Apaixonei-me e tive uma filha. Fui deixando as coisas acontecerem.” Apesar de ter dado concertos, acabou por deixar um pouco de parte o showbiz. Entre 1983 e 1991 não lançou nenhum disco. Ainda assim, continuou sempre a compor e a trabalhar com outros músicos.

[veja a participação de Dina no “Tal Canal” e a interpretação de “Pérola Rosa Verde Limão Marfim”]

Um dos casos mais marcantes foi o dueto com Carlos Paião no tema “Quando as Nuvens Chorarem”. “O Carlos estava a preparar o álbum dele. Era uma pessoa muito querida. Compôs para muita gente, era engraçado e escrevia muito bem.” O disco em questão era “Intervalo”, que acabaria por ser o último do músico, editado em 1988, depois da morte de Paião, em Agosto. Dina recordou, emocionada: “Nunca mais me esqueci que ele morreu no dia do incêndio do Chiado. Foi um dia tenebroso. Cheguei a casa, tinha ido não sei onde, e o meu irmão mais velho estava lá. Disse-me: ‘Dina, aconteceu aqui uma coisa’. E eu, assustada: ‘Mas o que é?’ — já estava o incêndio a acontecer — ‘Morreu o Carlos Paião’. Ele conta-me aquilo e foi um choque. Ele teve cuidado a contar, mas não é o tipo de notícia que esperamos. Sobretudo tendo ele aquela idade, é muito injusto. Foi muito injusto.”

O álbum acabaria por só ser lançado após a trágica morte do artista. A música em que faz dueto com Carlos Paião foi usada como single do álbum póstumo. “A canção ficou marcada pelo inevitável peso da tragédia”, explicava-nos a cantora. “É uma balada e tornou-se um tema ainda mais melancólico. É muito pesada, muito bonita”.

[recorde o dueto de Carlos Paião com Dina]

Peguei, trinquei e meti-te na cesta

De regresso aos discos, em 1991, acabou por lançar, já noutra editora, o álbum “Aqui e agora”. Um novo registo que foi, a seu ver, “menosprezado e ignorado pelos meios de comunicação”. “Tem canções ótimas mas não aconteceu assim grande coisa”, lembra. Frustrada com a recetividade ao novo disco, decide voltar a participar no Festival da Canção de 1992, 10 anos depois depois de prometer a si mesma que não o voltaria a fazer. “Em 1982 não queria ir e foi à minha revelia que as canções apareceram no festival”, dizia-nos hoje, ainda desapontada com a decisão da editora. Mesmo assim, uma década mais tarde, decidiu participar e mostrar quem era. “Ainda havia interesse dos media [no Festival da Canção], que era o que me interessava também.” Assumiu um único objetivo: “Vou fazer uma canção para ganhar.”

Já conhecia Rosa Lobato Faria, “que fez aquele belo cocktail que cantei. Queria ganhar, desta vez é que tinha de ser. E foi”. O provérbio esteve certo e à terceira vez Dina foi a vencedora com “Amor De Água Fresca”, a canção mais popular de toda a carreira da cantora. “A diferença foi tal na pontuação, que nunca tive ninguém no meu encalce” — a cantora tinha conseguido cumprir o seu objectivo. E como encontrou Dina a chave para vencer, naquele ano, o Festival da Canção? “Andei a trabalhar numa fórmula de canção que fosse fácil de entrar no ouvido. Debrucei-me sobre isso, tentei criar um refrão forte.” Percebeu que podia estar perto de chegar onde queria quando a filha, na altura com 3 anos, começou a trautear a música depois de ouvir a primeira maquete da canção. Até porque, na opinião da própria cantora, trata-se de uma “canção quase infantil. Os miúdos adoraram, até mais que os adultos. Houve ali uma empatia muito grande”.

[Dina no Festival da Canção de 1992]

O próximo destino era Malmö, a cidade sueca que acolheu, nesse ano, a final do Festival da Eurovisão. Lembra-se que ficou arrebatada: “Aquilo era um pavilhão imenso, com áreas para jornalistas, refeição e ensaios. Fiquei lá uma semana e cada vez ia ficando mais nervosa. Quando chegou o ensaio geral, altura em que é feita a votação, eu tremia. De repente começamos a ter a noção do que estamos ali a fazer, do que estamos a representar. Lembro-me que comecei a sentir uma fraqueza, quase que a sentir uma quebra de tensão, alguns minutos antes de chegar a minha vez. De repente, bateu a insegurança e pensei: ‘Mas o que eu estou aqui a fazer? Porque é que eu me meti nisto? São milhões de pessoas que estão a ver, se tu falhas é horrível!’ Entrei e estava nervosa. Mas depois dos primeiros compassos tudo foi passando.”

Depois de tocar para milhões de pessoas que viam o programa na televisão, faltava saber qual a sua classificação. Recorda que “aí é que ia mesmo tendo uma quebra de tensão, não estava nada à espera do que aconteceu”. Ficou em 17º lugar, entre 23 participantes. “Mas gostei muito de participar. Há ali uma festa, um agitar, inesquecível, movimentaram-se muitas emoções.”

O Hino do CDS-PP

Pouco depois de “Amor de Água Fresca” e do Festival da Canção, estava em casa, a ver televisão, e ouviu Manuel Monteiro, então líder do CDS-PP, a discursar na televisão. Identificou-se com o que dizia o político e resolveu telefonar só para dar os parabéns ao presidente do partido. “Receberam a mensagem”, recordou, “e não se esqueceram mais de mim”. Quando estavam a criar o seu hino, os responsáveis do CDS ligaram para Dina os visitar e para dar a sua opinião. Hesitante, segurou-se à ideia que diz que “temos que ter um lado cívico, e acabou por se envolver — musicalmente — na política, num “partido um pouco diferente do que é agora”. Não gostou nada do hino que tinham, tanto que resolveu oferecer um outro de sua autoria, mais uma vez com letra de Rosa Lobato de Faria, o tema “Para a Voz de Portugal ser Maior”. “E fiz a campanha, claro”, apontou. Apesar do hino gratuito, foi paga pelas atuações.

E muito mais

Lançou mais discos. Primeiro, em 1993, uma regravação de músicas antigas, para tentar que as pessoas as conhecessem finalmente. Em 1997 lança “Sentidos”. Depois, passado mais uns anos, gravou músicas que ao longo dos anos tinha composto para novelas, mais “orgulhosamente” para a “Filha do Mar”, a primeira da TVI, para a qual escreveu três temas. “O meu primeiro disco de ouro é o da ‘Filha do Mar’”, confessa-nos. E, para aproveitar o balanço das canções da novela, decide lançar um disco de inéditos. Quando já ia a meio da gravação dos instrumentais, teve um acidente na A5. Esteve mês e meio no hospital. “Ficou tudo trocado, as coisas já não aconteceram como estavam programadas. Atrasou tudo e depois tudo mudou. Apareceram inseguranças e hesitações” e o disco acabou por nunca acontecer. Nesse ano foi apenas lançada uma compilação do seu trabalho.

Em 2006, há dez anos, descobriu a fibrose pulmonar. Mas só começou a perceber as suas limitações entre 2009 e 2010: “Comecei a sentir que estava a ficar cada vez mais cansada.” Continua a piorar enquanto enfrentava algumas tragédias familiares. O seu último concerto foi a 22 de Setembro de 2012 — “correu bem, senti algo mágico, algo especial” — um mês depois da morte da sua irmã. “Jurei que a Mimi estava lá comigo, de certeza’”, contou-nos emocionada. Desde essa altura que tudo ficou mais difícil, “senti que não tinha projeção e quando não há projeção não na afinação, fica cansada, não tem força, tudo se torna incomportável”. Decidiu que era esta a altura certa para a sua despedida. É o final da carreira de Dina “mas é uma festa”, disse-nos.