Já ouviu falar no jogo mortal “Baleia Azul”? Pois bem, se não, devia. Este é provavelmente, o jogo mais extremista e perverso dos últimos tempos e que, num curto espaço de tempo tem se tornado cada vez mais viral, entre os mais novos.

Vamos por partes, após alguma pesquisa percebi que, este jogo teve início com um grupo oriundo da Rússia, tendo já chegado ao Brasil. Para mim, esta realidade estava longe, até começar a ouvir uns rumores do jogo, o que me fez, não só querer saber mais, mas alertar os pais acerca do mesmo.

A verdade é que, hoje em dia, pela rapidez e facilidade com que a informação nos chega, através da internet, televisão, são alguns os miúdos cá em Portugal, que pelos vistos já têm conhecimento do jogo. É um jogo recente, mas que pode ser contagioso e, quando o assunto são as nossas crianças, todo o cuidado é pouco.

Tudo começa com uma mensagem, que chega de forma anónima, convidando e incentivando aquele que a recebe a participar no jogo. Uma vez aceite o desafio, é proibido voltar atrás. A mensagem termina com a ameaça “caso nos bloquei ou ignore, enviaremos o seu número ao nosso chefe que descobrirá os seus dados e nome”.

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Os que tentam desistir, sofrem ameaças onde a família é o alvo. As mensagens são muitas, desde uma lista com nomes de amigos e familiares, à morada até ao nome da escola que frequenta, passando a ideia de que tudo é controlado e que não existe escapatória.

São 50 desafios obrigatórios, que vão chegando diariamente através de um “mentor / curador”. Este dita as regras e propõe os desafios, enviando mensagens com instruções e, solicitando fotografias como prova de cumprimento dos mesmos.
Quem ganha? Quem chega ao fim, sendo que último desafio, é o de terminar com a própria vida. O jogo já foi associado a cerca de 130 casos de suicídio no mundo, e existem alguns relatos de quem nele participou.

Ao longo do jogo, existem vários tipos de tarefas, desde o da auto-mutilação, ao ouvir música psicodélica, visualizar filmes de terror específicos, subir a telhados, andar perto de caminhos de ferro, deslocar-se até pontes, ter reuniões com o “mentor” e com outros participantes, deixar de comunicar com colegas e familiares até ao desafio final, o suicídio.

Na condição de pais, devemos estar não só atentos, como, explicar às nossas crianças os perigos associados a estes jogos virtuais a que estão sujeitos, criando um clima de confiança, abertura e disponibilidade.

A prevenção é sempre o melhor caminho. Caso detecte alguma mudança de comportamento (ansiedade, medo, isolamento, pesadelos, esconder o telemóvel, cansaço, andar sempre de mangas compridas, entre outros), fale abertamente com o seu filho e mostre-lhe que, pode e deve contar e confiar em si.

Sem alarmismos, tente perceber junto do seu filho se já ouviu falar no jogo, ou se tem algum conhecimento acerca do mesmo. Em caso afirmativo, sensibilize-o quanto à importância de relatar todas as suspeitas, nomeadamente se receber alguma mensagem, ou souber de alguém que a tenha recebido.

Este é um jogo que procura como vítimas aqueles que se encontram de alguma forma mais fragilizados (problemas emocionais), e que por isso são alvos mais fáceis de manipular. Caso saiba ou suspeite de alguém, não fique indiferente e denuncie.

Psicóloga Clínica, BRD