Entre ausências difíceis de justificar (mesmo considerando que Espinho fica a uma distância horrível da capital…) e os discursos sem chama nem ideias alternativas dos opositores internos de Passos que aproveitaram as ausências para terem alguns minutos de atenção mediática, a principal conclusão do Congresso é que a oposição a Passos está muito mais consolidada na “geringonça” e na comunicação social do que no interior do PSD.

O isolamento da oposição a Passos foi manifesto em todo o Congresso e teve o seu ponto alto na intervenção de Santana Lopes, naquela que foi a mais mobilizadora e a segunda melhor intervenção de todo o Congresso (a melhor foi, sem surpresa, a de Carlos Moedas, como habitualmente muitos furos acima do resto do PSD e todo o panorama político nacional). Santana foi contundente na desmontagem do cerco mediático montado contra Passos e afirmou-se como a principal referência senatorial (no bom sentido) do actual PPD/PSD.

Ainda assim, não obstante a flagrante inocuidade e isolamento da oposição interna a Passos, o líder do PSD enfrenta dois grandes desafios: o primeiro é o de afirmar uma alternativa política à “geringonça” que consiga ser credível e mobilizadora, algo que não se afigura fácil se a insistência continuar a ser em oferecer a social-democracia de sempre; o segundo serão as próximas eleições autárquicas, nas quais o PSD contará com a experiência e bom senso de Carlos Carreiras mas onde, além do desafio de ganhar mais Câmaras e Juntas, não se pode também dar ao luxo de dar antecipadamente como perdidas as disputas no Porto e em Lisboa.

Em caso de mau resultado nas autárquicas – e se a “geringonça” se aguentar até lá (o que está longe de ser uma certeza) – o ciclo do actual líder do PSD poderá rapidamente chegar ao fim mas, para já, por muito que isso custe à multidão de jornalistas e comentadores que ao longo dos últimos cinco anos continuamente tem vindo a augurar a sua morte política, Pedro Passos Coelho continua a ter a palavra.

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