Já vai em pelo menos 48 o número oficial de mortos resultantes dos confrontos entre separatistas pró-Moscovo e o exército ucraniano no aeroporto de Donetsk, no leste da Ucrânia, escreve a Al-Jazeera – dois deles são civis.
Separatistas armados tentaram na segunda-feira tomar controlo do aeroporto Sergei Prokofiev, em Donetsk, e o novo Governo ucraniano respondeu com ataques aéreos e uma ofensiva no terreno com tropas altamente armadas.
“O aeroporto está sob o nosso total controlo”, disse esta terça-feira o ministro do Interior ucraniano Arsen Avakov, em comunicado. “O inimigo sofreu pesadas perdas, nós não sofremos nenhuma”.
De acordo com o New York Times, foi a primeira vez que as forças ucranianas reagiram de forma tão agressiva contra as milícias pró-Rússia. As tropas do país têm sido consideradas por muitos como ineficientes, o que permitiu aos separatistas avançarem com cada vez mais confiança no leste sem que encontrassem resistência das autoridades centrais.
A batalha pelo maior aeroporto da região industrial ucraniana começou na segunda-feira, apenas horas depois de os resultados eleitorais darem conta da eleição de Petro Poroshenko. Na altura, o recém-eleito presidente prometeu continuar a “operação anti-terrorista” no leste e disse que a situação devia durar “algumas horas e não meses”.
Na sexta-feira, o presidente russo Vladimir Putin sugeriu que iria respeitar o resultado das eleições ucranianas, que aconteceram no domingo e que deram uma vitória esmagadora a Pedro Poroshenko. Mas o Kremlin já disse esta manhã que é cedo para falar de um encontro entre os dois líderes.
De acordo com Lucan A. Way, um cientista político da Universidade de Toronto, ouvido pelo New York Times, ainda que Putin apoie o novo Governo ucraniano, isso não significa que “pare de fomentar a destabilização do leste”. Até porque, como explica o jornal norte-americano, o presidente russo sabe que esta é uma boa estratégia geopolítica: a instabilidade e a violência na Ucrânia deixam o ocidente nervoso.