O histórico socialista Manuel Alegre considerou hoje uma “atitude de risco” o anúncio de António Costa da disponibilidade para disputar a liderança do Partido Socialista, dizendo que vai lançar “um debate e reflexão” no partido.

“Admiro a atitude, é de risco, mas enfim, as pessoas que têm ambições à liderança do partido devem aparecer nos momentos que consideram importantes para a vida da democracia e do país”, disse Manuel Alegre em declarações à Agência Lusa.

Para o histórico socialista, trata-se de um ato político que tem de ser considerado “com toda a normalidade num partido democrático como é o PS”, sublinhando que irá trazer debate e reflexão e que, se no futuro, houver uma disputa pela liderança seja o partido a sair reforçado do debate.

Manuel Alegre recordou ainda que quando disputou em 2004 a liderança do PS com José Sócrates houve um “grande debate interno” que levou ao partido a uma maioria absoluta.

Na altura, Sócrates foi eleito com quase 80 por cento dos votos cerca de 16,6 por cento dos votos.

“É sempre bom debater, não apenas pessoas, mas também ideias e estratégia políticas. Não deve haver tabus, sou amigo dos dois, tenho apoiado [António José] Seguro, mas sou amigo dos dois”, frisou.

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Vieira da Silva espera que Seguro não “fulanize” a clarificação

Em declarações ao Observador, o ex-ministro da Solidariedade Vieira da Silva diz que a disponibilidade de António Costa “merece respeito”. “O PS tem que lidar com esta situaação com grande serenidade, como sendo um desafio político para uma clarificação”.

Para Vieira da Silva, “foi isso” que costa fez. “O PS não pode olhar para isto como uma coisa burocrática, como uma fulanização, mas como um debate de natureza política”, acrescenta ao Observador.