Jaime Gama, António Vitorino e Luís Amado são alguns dos ex-ministros socialistas que podem ser chamados à comissão parlamentar de inquérito sobre a compra de submarinos e outros equipamentos militares.

A maioria PSD-CDS já fez a lista de personalidades que gostaria de ouvir, mas ainda não a entregou. Essa lista contém o nome de todos os ministros do PS que assinaram algum despacho relacionado com os submarinos, os helicópteros EH101 ou os Pandur (alguns dos equipamentos em análise): Júlio Castro Caldas, António Vitorino, Rui Pena (que chegou a ser deputado do CDS), Luís Amado, Jaime Gama, Nuno Severiano Teixeira e Augusto Santos Silva.

“É normal que todos possam ser chamados”, afirmou ao Observador fonte da maioria. Esta lista faz parte da estratégia de contra-ataque do PSD-CDS numa comissão de inquérito que começou por ser pedida pelo PCP e que depois teve o apoio do PS. A proposta acabou por ser aprovada (em fevereiro) e alargada a mais contratos do que a esquerda inicialmente propunha por pressão da maioria que não quis ficar com o ónus de obstaculizar a comissão.

Paulo Portas (ex-ministro da Defesa do Governo de Durão Barroso) e o atual ministro José Pedro Aguiar-Branco (que cancelou recentemente alguns contratos de reequipamento) também estão na lista da maioria. Portas, aliás, já disse que gostaria de ir ao Parlamento.

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Esta quarta-feira a comissão de inquérito reúne, mas, para já, vai decidir apenas sobre que tipo de documentos devem ser requeridos. Só depois disso, os partidos porão em cima da mesa o nome das entidades que querem que sejam ouvidas.

O PS já disse que quer ouvir Portas, nomeadamente, pelo seu papel nos contratos de compra (e de respetivas contrapartidas) dos dois submarinos e das Pandur, viaturas que vieram substituir as velhas chaimites.

O CDS destacou os principais deputados da bancada parlamentar para esta comissão de inquérito que vai analisar também todos os atos de Paulo Portas, enquanto ministro da Defesa: Telmo Correia (que preside à comissão), Filipe Lobo d’ Ávila e Cecília Meireles.

Os deputados vão analisar sete contratos de compra e de contrapartidas que envolvem quase cinco mil milhões de euros, ao longo dos últimos 15 anos.