Os homens estão entre as cinco pessoas que em maio foram acusadas do homicídio da jornalista russa Anna Politkovskaya, em 2006, num elevador do seu prédio.

Rustam Makhmudov foi considerado culpado de puxar o gatilho e é um dos que agora foram condenados a prisão perpétua. Ao tio deste, Ali Gaitukayev, foi aplicada a mesma sentença por ter sido considerado culpado de organizar o crime. Em 2009, três dos cinco homens acusados em maio tinham sido absolvidos, mas o Supremo Tribunal russo ordenou que o julgamento fosse repetido.

De acordo com José Milhazes, no blogue Da Rússia, um antigo agente da polícia, que serviu de intermediário, Serguey Khadjikurbanov, e dois irmãos de Makhmudov foram condenados a penas entre 12 e 14 anos de prisão. Segundo Milhazes, os cinco condenados são originários da Tchetchénia, república do Norte do Cáucaso russo.

Anna Politkovskaya foi uma jornalista de investigação russa que denunciou o Governo do presidente Vladimir Putin por corrupção e violação dos direitos humanos, referindo-se principalmente a atrocidades cometidas pelas tropas russas durante a guerra da Tchetchénia.

Segundo o Guardian, ativistas russos e familiares de Politkovskaya dizem que a justiça só se cumprirá quando forem identificados e condenados aqueles que ordenaram a sua morte.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Um porta-voz do comité de investigação federal russo, Vladimir Markin, citado pelo Guardian, disse que as autoridades estavam a fazer os possíveis para identificar a pessoa por trás do homicídio da jornalista. Alguns críticos do Kremlin pensam que isso nunca vai acontecer porque há suspeitas de que tal investigação poderia revelar uma grande proximidade ao Governo russo.

Como lembra José Milhazes, Politkovskaya foi assassinada a 7 de Outubro de 2006, no dia do aniversário de Vladimir Putin, e, por isso, alguns analistas falaram de uma ligação entre os dois acontecimentos, o que nunca foi provado.

Vladimir Putin reagiu à morte da jornalista quatro dias depois e disse que Anna Politkovskaya tinha uma “influência mínima”.