O Departamento de Estado norte-americano confirmou que a Rússia terá enviado armamento pesado para o interior da Ucrânia. Como noticia o New York Times, os russos terão enviado três tanques, vários equipamentos para lançar artilharia pesada e outros veículos para a Ucrânia. As informações militares já circularam pelos aliados da NATO, permitindo à porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, assumir que este comportamento é “inaceitável” e irá resultar em “novas sanções”. O ministro do interior ucraniano, Arsen Avakov, tinha ontem afirmado que pelo menos três tanques russos tinham entrado em território ucraniano através de Luhansk, região com pretensões separatistas. O Kremlin, entretanto, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, reagiu dizendo que se tratava de “mais uma informação falsa”.

O russos negam envolvimento direto porque os tanques são T-64, modelo que já não está a uso no Exército Vermelho. Mas continua a estar na posse dos generais no sudueste da Rússia, explica o New York Times, pelo que não poderiam ter sido usados sem autorização do Kremlin. Esta será a resposta de Moscovo às movimentações das últimas horas: as forças militares ucranianas desencadearam uma operação na madrugada desta sexta-feira que resultou no cerco à cidade de Mariupol, no leste do país, onde os combates entre as forças separatistas e as de Kiev se têm intensificado nas últimas semanas. De acordo com os combatentes pró-russos, cinco dos seus homens terão morrido nos combates que antecederam o cerco a Mariupol, a principal cidade portuária do Mar de Azov.

No Facebook, o ministro do interior ucraniano, Arsen Avakov, explicou que a operação teve início às 4h50 (2h50, hora portuguesa). “Está a decorrer de acordo com o planeado e foi bem-sucedida. Todos os pontos-chave mantidos pelos terroristas estão a ser controlados. A zona onde a operação está a ser levada a cabo, no centro de Mariupol, está isolada”, escreveu o ministro.

O recém-empossado presidente ucraniano, Petro Poroshenko, terá, na sequência destas informações, dito a Vladimir Putin – numa “longa e substancial” conversa telefónica – que as movimentações militares russas na Ucrânia são “inaceitáveis”.

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