Nas empresas de transportes pertencentes ao setor empresarial do Estado, como é o caso da CP, Refer ou o Metropolitano de Lisboa, entre outros, o pagamento do subsídio de férias é feito no mês anterior ao gozo deste direito, explicou José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) ao Observador, a propósito da decisão do Governo de não repor os cortes nos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos que já receberam até dia 31 de maio.

Neste caso, quem tiver tirado os dias de descanso por direito em março, por exemplo, já terá recebido o subsídio em Fevereiro, com os cortes introduzidos pelo Orçamento do Estado para 2014. Os outros colaboradores da empresa que gozarem o mesmo direito em agosto, receberão o subsídio sem cortes, em julho.

“Nós vamos tentar inverter essa situação, porque o subsídio de férias deve ser igual para todos os trabalhadores, até porque muitas vezes nem são eles que definem o período em que tiram férias”, adiantou José Manuel Oliveira.

A TAP é uma das empresas cujos subsídios de férias já foram pagos a vários colaboradores. Sem adiantar números, Luís Rosa, do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e dos Aeroportos (Sitava) adiantou que os dias de descanso dos trabalhadores são agendados consoante o planeamento de cada departamento. “Uma boa parte deles já gozou férias”, disse ao Observador, por causa das exigências do período do Verão.

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Quanto à não reposição dos cortes, adiantou que é algo que não pode “sequer ser levado a sério”. “Era caricato demais. Então, quer dizer: quem recebeu, recebeu. Quem não recebeu, recebesse?”, diz, indicando que isto poderia causar o “pandemónio” na empresa.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) já pagou o subsídio de férias aos colaboradores em janeiro, segundo o que Horácio Oliveira, dirigente do Sindicato dos Bancários, explicou ao Observador a 3 de junho. Este é um dos casos em que a redução de 12%  não vai ser reposta, apesar de Horácio Oliveira ter adiantado que o subsídio de férias dos funcionários da CGD “é o maior vencimento mensal efetivo do ano”, segundo o acordo coletivo de trabalho.

A generalidade dos funcionários públicos recebe o subsídio de férias em junho.