Um alto oficial do exército da Jordânia afirmou nesta quarta-feira que o país está pronto para enfrentar “qualquer agressão”, numa altura em que as movimentações dos insurgentes sunitas junto da fronteira iraquiana fazem temer um possível contágio do conflito. “A fronteira da Jordânia com o Iraque é segura. As forças armadas jordanas são capazes de defender o reino contra qualquer agressão”, afirmou o comandante da guarda fronteiriça, Saber Mahayrah, em declarações aos jornalistas, durante uma visita à zona fronteiriça, reforçando que “ninguém passará de forma clandestina”.

Há apenas uma fronteira oficial entre o Iraque e a Jordânia, em Tirbil, a cerca de 370 quilómetros a leste da capital jordana Amã. No início desta semana, a Jordânia anunciou o reforço da segurança na sua fronteira com o Iraque, depois de rebeldes sunitas terem atravessado o posto de fronteira de Al-Waleed, entre a Síria e o Iraque. “O exército jordano deslocou mais tropas, tanques, ‘lança-rockets’ e veículos blindados de transporte de pessoal para a fronteira com o Iraque”, disse então um responsável de segurança jordano.

Nos últimos dias, informações contraditórias têm circulado sobre o controlo do posto fronteiriço do lado iraquiano. Algumas informações sugerem que a passagem está sob o controlo dos ‘jihadistas’ do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), enquanto outras indicam que o posto foi tomado por tribos sunitas. “O posto fronteiriço do lado iraquiano está sob o controlo das autoridades iraquianas, está a funcionar normalmente”, confirmou hoje um camionista iraquiano, citado pela agência francesa AFP, indicando ainda que vários camiões estavam a cruzar a fronteira para entrar na Jordânia.

Os combatentes ‘jihadistas’ do EIIL lançaram a 09 de junho uma ofensiva contra várias cidades iraquianas, tendo assumido o controlo de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque. A ofensiva, liderada pelo EIIL mas que inclui outros grupos, estende-se, neste momento, por vastas zonas de cinco províncias do norte e oeste do Iraque. O avanço dos insurgentes sunitas no Iraque está a preocupar a Jordânia, que teme, entre outros aspetos, uma nova vaga de refugiados. O reino já enfrenta um fluxo de mais de 600 mil refugiados sírios.

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