Portugal, Espanha e Polónia uniram-se para reivindicar a conclusão urgente das interligações energéticas entre a Península Ibérica e França, que, quando estiverem prontas, reduzirão significativamente a dependência europeia face à Rússia, por exemplo, no caso do fornecimento de gás. As exigências dos três países foram entregues à Comissão Europeia em março e espera-se que durante o Conselho Europeu – que decorre esta quinta e sexta-feira na Bélgica – haja novidades sobre o tema.
O documento assinado pelos governos dos três países apela à “concretização do terceiro pacote energético na União Europeia” e ao “reforço das interconexões para resolver o problema das ‘ilhas energéticas’ e a dependência europeia externa”, referindo-se particularmente ao troço de um gasoduto em construção entre a cidade catalã de Figueres e Le Perthus, localidade da fronteira francesa. No total são cerca de 24 quilómetros que permitirão o transporte de mil milhões de metros cúbicos de gás, um valor que representa perto de 7,5% das importações de gás europeias à Rússia.
Já em março o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, tinha reconhecido que “Espanha e Portugal ainda estão isolados do resto da Europa” no que toca à energia, um problema que se tornou mais evidente com a recente crise na Ucrânia e a disputa relativa ao fornecimento de gás pela Rússia àquele país – o que tem consequências para toda a Europa, onde 39% do gás consumido provém da Rússia.