O Banco de Portugal quer que a futura administração do Banco Espírito Santo (BES) seja “claramente independente” e esta é uma das razões para o supervisor se preparar para chumbar o nome de Amílcar Morais Pires como sucessor de Ricardo Salgado. A informação foi avançada nesta quinta-feira pela Reuters, que cita fontes conhecedoras do processo, e acrescenta que, para o banco central, o nome favorito do líder executivo do BES, que anunciou a renúncia ao cargo a 20 de junho, é visto como muito próximo da família que fundou e tem exercido uma influência dominante no Grupo Espírito Santo (GES).

A confirmar-se, o chumbo do Banco de Portugal ao gestor que tem, atualmente, o pelouro financeiro na administração do BES, vai criar novas dificuldades à criação de uma lista de candidatos aos lugares que consiga reunir consenso. Entre os cinco ramos da família, aquele que é liderado por António Ricciardi tem sido o maior opositor à solução protagonizada por Morais Pires, e um dos sinais da rutura esteve no facto de José Maria Ricciardi ter decidido afastar-se de todas as responsabilidades que desempenhava no GES sob o pretexto de se concentrar na expansão do Banco Espírito Santo de Investimento, a que preside.

Os nomes de José Honório, atual administrador dos CTT e ex-presidente da Portucel, e de Joaquim Goes, membro da administração do BES, têm sido referidos como potenciais candidatos, enquanto António Mexia, líder executivo da EDP, desmentiu nesta quinta-feira a hipótese de entrar na corrida para a presidência do BES, através da declaração de um porta voz da elétrica. A nova administração do BES será eleita durante uma assembleia geral de acionistas que se realiza a 31 de julho.

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