Alberto João Jardim classificou este domingo o papel interventivo de Cavaco Silva no pedido de consensos para o futuro do país, como uma “lufada de ar fresco”.

“O senhor Presidente da República ainda é a lufada de ar fresco, na minha opinião, neste choro e ranger de dentes que vai no país”, reagiu Jardim quando questionado sobre o papel do Presidente da República no último Conselho de Estado, ao qual faltou devido a incompatibilidade de agenda entre compromissos em Lisboa e no Funchal. Jardim falava à margem da 59.ª edição da feira Agropecuária do Porto Moniz, concelho nortenho da ilha da Madeira.

Questionado sobre o comunicado final da reunião de quinta-feira do Conselho de Estado, Jardim disse que não esperava consensos. “Eu não estou à espera de consensos, isto tem de ser resolvido e os consensos são mais água estagnada”, afirmou.

No entanto, Jardim considerou que Cavaco Silva “tem feito uma intervenção na melhor das boas-fés”.

O Conselho de Estado exortou “todas as forças políticas e sociais” a preservarem “pontos de diálogo construtivo” e a empenharem “os seus melhores esforços na obtenção de entendimentos quanto aos objetivos nacionais permanentes”.

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Jardim recordou ainda que a sua posição na política nunca foi consensual, defendendo também não ser possível, neste momento, um entendimento. “Eu sou por uma definição das coisas porque todas as coisas têm a sua lógica subjacente”, disse, dando também como exemplo a situação na União Europeia.

“O grande mal da União Europeia tem sido viver num consenso permanente entre o Partido Popular Europeu e a Internacional Socialista, não é carne nem é peixe e chega-se a estas situações de compromissos, mas que não são carne nem peixe e a médio e longo prazo elas não têm consistência para funcionar”, salientou.

Alberto João Jardim culpou a TAP pela ausência no Conselho de Estado de quinta-feira. “O presidente do Governo Regional da Madeira informou não poder comparecer ao Conselho de Estado visto a sua deslocação a Lisboa e compromissos no dia seguinte, no Funchal, não se compadecerem com o caos no cumprimento de horários que vai na TAP”, lê-se numa nota emitida pelo gabinete de Alberto João Jardim.