O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, exigiu este domingo que o Banco e Portugal (BdP) faça um “apuramento rigoroso” da situação do Banco Espírito Santo (BES), para que a “tranquilidade proclamada tenha substância”.

“Tendo em conta a situação, há a necessidade profunda por parte de quem tem responsabilidades, designadamente o Banco de Portugal, [de se pronunciar] sobre o que é que aconteceu de tão grave, quando se dizia que estava tudo tão bem”, referiu.

Jerónimo de Sousa falava na freguesia de Boidobra, Covilhã, à margem da Festa de Verão da CDU, na qual participou.

Questionado pelos jornalistas sobre se temia que a situação do BPN se repetisse neste caso, o secretário-geral do PCP explicou que não pretende “fazer apreciações precipitadas” ou “alarmismos”, mas classificou a situação de “preocupante”.

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Jerónimo de Sousa reiterou que o “povo português tem o direito de saber qual é a verdadeira situação do BES” e recordou ainda que foi “nesse sentido” que o PCP apresentou na Assembleia da República um requerimento no qual pedem “esclarecimentos cabais à entidade supervisora, que é o BdP”.

Sublinhou igualmente que não devem ser os portugueses, “que já pagaram uma cota elevadíssima dos desmandos da banca, do BPN e do BPP, a terem de resolver problemas” para os quais não contribuíram.

Sobre as declarações de Ângela Merkel em relação ao assunto, Jerónimo de Sousa referiu que a sua maior preocupação é que a chanceler alemã esteja “mais preocupada com os mega bancos alemães do que propriamente com as instituições bancárias nacionais” e reiterou que os “reparos valem pouco por parte de que representa um país que foi, praticamente, o único que ganhou com o euro”.