A agência de notação americana Fitch acredita que os riscos de contágio da crise no Grupo Espírito Santo para os restantes bancos portugueses estão, “por agora”, sob controlo. Mesmo assim, diz a Fitch, a incerteza sobre o caso deixa o sistema bancário português numa situação “vulnerável”.
“Os riscos diretos para o BPI, Santander Totta, Millennium e CGD são limitados, já que a exposição de cada um dos bancos ao GES são geríveis”, diz a nota da Fitch libertada na tarde de segunda-feira, acrescentando que mesmo a gestão dos empréstimos aos BES será controlável, sendo sobretudo de curto prazo.
A preocupação da agência prende-se, neste momento, com a volatilidade dos custos de financiamento do setor, influenciados agora pela crise no Grupo. A Fitch diz ter esperado que a redução dos juros sobre os depósitos ajudasse a banca nacional a recuperar este ano, expetativa prejudicada pela instabilidade atual, sublinhando que a desalavancagem dos maiores bancos e o acesso ao BCE pode ajudar a superar os desafios provocados pelo GES.
Quanto aos efeitos para o sistema bancário da periferia do euro, a Fitch diz que devem ser “temporários”, embora relevantes para mostrar que os investidores continuam a olhar para a situação destacando a sua fragilidade, a poucos meses dos testes de stress que vão ser desencadeados pelo BCE.