A Standard & Poor’s cortou nesta quarta-feira o rating do BES e do seu banco de investimento, o BESI, em dois níveis para B-, o penúltimo nível já dentro da escala de dívida considerada altamente especulativa, e deixa a ameaça sobre o banco de que pode cortar mais ainda.

A agência de rating cortou na sexta-feira o rating em quatro níveis e deixou-o em revisão para mais cortes, e hoje acrescenta mais dois níveis a esse corte.

Na justificação, a agência norte-americana diz que aumentou a probabilidade da maior acionista do banco, a Espírito Santo Financial Group (ESFG) sofrer ainda mais com o impacto negativo da sua exposição e ligação à ESI e a certas outras entidades dentro do Grupo Espírito Santo.

A S&P acredita que as provisões feitas no final de 2013 – 700 milhões de euros – não devem chegar para conter o impacto negativo dos problemas do grupo e diz que, na sua opinião, existe uma cada vez maior probabilidade de tudo isto ter um impacto mais negativo na avaliação que fazem da solvência do banco, “dada a exposição direta do BES às, e consequentemente às perdas associadas, entidades do EFSG e da Rioforte”.

Caso se concretizem mais perdas materiais ou na sua posição financeira, o que a agência considera que é cada vez mais provável, o rating do banco pode voltar a descer.

Outras das razões que podem levar à queda do rating do BES é uma fuga de depósitos, a deterioração dos níveis de liquidez do banco, ou as perdas potenciais da exposição do BES ao GES serem maiores que o cenário base da agência. A decisão acontece um dia depois de ser conhecido que a RioForte, uma das subsidiárias da ESI, não amortizou o empréstimo de 850 milhões de euros contratado com a PT.

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