O principal índice da bolsa de Lisboa seguia a cair, com as ações do BES a recuarem 8%, depois de a Standard and Poor’s ter baixado o ‘rating’ do banco e da sua subsidiária BES Investimento (BESI) de B+ para B-. Pelas 09h00, o PSI 20 recuava 1,18%, para 6.225,17 pontos, com todas as empresas a transacionarem em terreno negativo, à exceção da Espírito Santo Financial Group (ESFG), que se mantém suspensa de negociação desde a semana passada.

O BES seguia a liderar as perdas, com as ações a recuarem 8,13%, para 0,42 euros, seguido da Teixeira Duarte, que descia 3,01%, para 0,74 euros. Os pesos pesados BCP e PT seguiam igualmente a pressionar as negociações, com descidas de 2,45%, para 0,10 euros e de 2,12%, para 1,85 euros. Na restante banca, o BPI perdia 2,14% para 1,42 euros e o Banif recuava 1,09% para 0,01 euros.

Em comunicado emitido na quarta-feira, a agência de notação financeira S&P explica que as notas de crédito podem ser novamente cortadas, já que se encontram em observação (‘creditwatch’) com implicações negativas. A S&P considera que a posição de capital do BES “enfraqueceu, devido às elevadas perdas que, segundo as expectativas [da agência], é provável que ocorram, tendo em conta a exposição direta ao Espírito Santo Financial Group (ESFG) às suas subsidiárias e à Rioforte”.

A instituição refere que poderá efetuar novos cortes ao ‘rating’ do BES se houver fluxos de levantamento de depósitos do banco pelos clientes ou se as perdas potenciais relacionadas com a exposição do BES e as ligações do banco ao Grupo Espírito Santo (GES) forem maiores do que o previsto no cenário base, o que a S&P dizer ser provável.

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Quanto à possibilidade de o BES receber ajudas do Estado português, a Standard and Poor’s refere que há uma probabilidade de isso acontecer, tendo em conta os ‘ratings’ baixos do banco e a “importância sistémica” do BES para o setor financeiro português.

Nas últimas semanas, foram tornados públicos vários problemas em empresas da área não financeira do Grupo Espírito Santo (GES), que têm levantado receios de contágio ao BES, cuja gestão acabou de mudar de mãos. O novo presidente executivo do BES, Vítor Bento, que substituiu o líder histórico Ricardo Salgado, disse na segunda-feira, dia em que entrou em funções, que a prioridade no banco é “reconquistar a confiança dos mercados” e pôr fim à especulação.

O Banco de Portugal já veio várias vezes a público garantir a solidez financeira do BES, e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, também já tranquilizou os depositantes do banco. Lisboa seguia a acompanhar a tendência da abertura da sessão e das principais praças europeias, que estão hoje negativas a corrigir da subida registada na sessão de quarta-feira.