A Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC), para professores com contratos inferiores a cinco anos, realizada esta terça-feira terminava oficialmente às 12h30. Assim foi em todas escolas menos numa. De acordo com um comunicado do Ministério da Educação, 87 das 88 das escolas conseguiram realizar a prova dentro da normalidade. Realizaram a prova 2745 professores, de um universo de 4120 inscritos.  A escola onde não se realizaram provas foi a de Oliveira do Douro.

A informação recolhida pelo Ministério da Educação e Ciência aponta para que em todas as outras escolas a prova se realizou em condições normais, mesmo onde houve perturbação externa. O Observador conseguiu confirmar distúrbios em três escolas, um deles já noticiado – a Escola Secundária Rodrigues de Freitas, no Porto.

De acordo com o comunicado do Ministério, foram no total cinco as outras escolas onde “alguns manifestantes pretenderam, embora sem sucesso, pressionar os professores vigilantes e perturbar os candidatos.” Em duas outras escolas houve casos de candidatos que responderam à chamada, entraram na sala, mas depois se recusaram a realizar a prova.

Os incidentes, acrescenta o comunicado do Ministério, “não dignificam a classe docente e sabemos bem que os professores não se revêm nessas atitudes”, algumas das quais terão sido protagonizadas por pessoas estranhas à profissão de professor.

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Em declarações à RTP Informação, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof referiu terem sido duas as escolas onde não se teriam realizado prova, mas o Ministério continua a referir que terá sido apenas em uma, a de Oliveira do Douro, onde tal aconteceu.

Boicote efectivo só em Oliveira do Douro

“Na escola de Oliveira do Douro, em Vila Nova de Gaia, o boicote é de 100%, ninguém vigia a prova”, disse à Lusa Aurora Lima, à porta da Escola Básica 2/3 Manuel da Maia, em Campo de Ourique. A responsável do movimento Boicote&Cerco adiantou que, na escola secundária de São Torcato, em Guimarães, também não houve professores a fazer vigilância da prova, tendo estes aderido à reunião sindical promovida no estabelecimento de ensino. Mesmo assim, de acordo com o MEC, a prova realizou-se nessa escola.

No Parlamento, Duarte Marques, deputado do PSD, confirmava que a maioria das escolas estava a realizar a prova “com tranquilidade”. Para o deputado, o “protesto veio manchar a imagem dos professores, a imagem de respeito que têm na sociedade portuguesa”. Considera que “a maioria são bons professores e não concordarão com a imagem de invasão”.

Duarte Marques acusava os manifestantes de serem “profissionais do protesto”, sendo que muitos deles “nem são professores”. Não negando o direito à manifestação, o deputado diz que cada professor têm o direito de realizar a prova e não pode ser impedido pelos colegas, sindicatos ou partidos. “É um atentado à própria liberdade”.

Em entrevista à SIC, Mário Nogueira apontava alguns casos que fugiam à normalidade. Numa escola em Amares os professores foram todos reunidos no refeitório para realizarem a prova por falta de vigilantes para as salas e numa escola do Algarve estava escrito num quadro que a prova começava às 10h50 e acabava às 12h50, ou seja, 20 minutos depois do que estava previsto.

(Actualizado às 18h30 com comunicado do Ministério da Educação)

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