O quartel-general das forças especiais do exército líbio, principal base militar em Bengasi, foi tomado na noite de terça-feira por grupos islamitas depois de vários dias de combates sangrentos, disseram fontes militares e islâmicas à AFP.

O “Conselho Shura dos revolucionários de Bengasi”, uma aliança de grupos islâmicos e ‘jihadistas’, disse em comunicado que tinha tomado o controlo do quartel-general das forças especiais. Uma fonte militar confirmou a informação.

A mesma fonte indicou que ‘jihadistas’ do Ansar al-Sharia, que integra a lista das organizações terroristas elaborada por Washington, estavam entre os grupos. Intensos combates foram registados na última semana em Bengasi, causando a morte de pelo menos 60 pessoas desde sábado, disseram responsáveis médicos na cidade.

Um grupo de 10 portugueses provenientes da Líbia chegou na terça-feira a Madrid, no âmbito de uma operação de retirada de cidadãos coordenada em conjunto com a diplomacia espanhola, indicou à Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

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Na Líbia ficaram sete portugueses que, após informados desta operação, optaram por permanecer em território líbio, segundo explicou José Cesário, que esteve hoje na Base Aérea de Torrejon, em Madrid, a receber os cidadãos nacionais que viajaram no voo organizado pelas autoridades espanholas, que também transportou cidadãos de outras nacionalidades.

Os confrontos que se têm registado nas últimas semanas na Líbia, que são os mais violentos desde a queda do regime de Muammar Kadhafi, em 2011, acontecem entre milícias armadas e o exército líbio.

Nos últimos dias, vários países anunciaram o encerramento das respetivas representações diplomáticas na Líbia e aconselharam os seus cidadãos a abandonar o país, nomeadamente os Estados Unidos, Bulgária, Canadá, Reino Unido, Holanda, Alemanha e Itália.