Nesta sexta-feira à noite, a SIC Notícias avançou que o Governo já decidiu recapitalizar o banco com forte ajuda do Estado. Segundo o canal televisivo, a ajuda será anunciada no domingo à noite, embpra a decisão já tenha sido tomada.

Depois da divulgação dos prejuízos históricos de 3,57 mil milhões de euros e com os analistas a estimarem as necessidades de financiamento do Banco Espírito Santo até quatro mil milhões de euros, estão em estudo várias soluções para ajudar o banco a sair deste impasse. Mas qualquer uma delas pressupõe a participação do Estado, dizem esta sexta-feira o Jornal de Negócios e o Público.

De acordo com o Negócios, a equipa liderada por Vítor Bento “está a fazer tudo para evitar o apoio público”, apesar de o Banco de Portugal (BdP) considerar “desejável” que o aumento do capital do BES implique a participação de fundos públicos. O novo presidente do BES está a contar com as “manifestações de interesse de atuais e potenciais acionistas em participar no plano de capitalização” para evitar recorrer aos apoios estatais à solidez da banca, segundo o comunicado também divulgado pela nova administração na quarta-feira. O jornal diz ainda que, apesar de as Finanças estarem ao corrente desta solução mista em que o BdP está a trabalhar, a responsabilidade de requerer apoio público é deixada ao BES e aos seus acionistas.

O Público vai mais além e escreve que “o Estado prepara-se para ter um papel decisivo na resolução do dossiê BES”. De acordo com o diário, a Comissão Executiva do BES, o Governo e o Banco de Portugal estão “a estudar (pela primeira vez)” como é que o Estado pode intervir no banco, dentro “do novo quadro jurídico criado pela União Bancária”. Em cima da mesa estão várias soluções: “Emissão de uma garantia pública, apoio formal à nova gestão (Vítor Bento não foi indicado pelo Estado, mas pelos acionistas), separação dos ativos tóxicos para serem geridos na esfera pública e venda da parte rentável, e ainda a injeção de fundos estatais ou a recapitalização pela linha criada pela troika, ainda em vigor”.

Depois de Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque terem afastado a hipótese de o Estado apoiar o BES, Luís Marques Guedes admitiu esta quinta-feira que se a crise no Grupo Espírito Santo se acentuar, “haverá impactos para a economia, seguramente”. A participação estatal não foi descartada pelo ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, apesar de o mesmo considerar que “a primeira linha” de salvamento do banco “deve passar necessariamente pelo mercado, pelos acionistas privados”.

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