A sociedade suíça investigada no âmbito da operação Monte Branco e cujos dois gestores foram constituídos arguidos deverá ser dissolvida em breve, avançou este sábado o jornal Sol. Uma fonte ligada à sociedade confirmou ao jornal que, na origem da decisão, está o facto de “os processos abertos em Portugal contra os gestores da empresa terem danificado a sua reputação”.

Michel Canals e Nicolas Figueiredo, sócios da Akoya, foram detidos em maio de 2012 sob suspeitas dos crimes de evasão fiscal e lavagem de dinheiro. A Akoya , uma sociedade financeira e de gestão de fortunas na Suíça, tinha como sócios Helder Bataglia (22,5%), Álvaro Sobrinho (22,5%), Michel Canals (20%), Nicolas Figueiredo (15%), José Pinto (15%) e a advogada Ana Bruno (5%).

A sua função era apoiar e aconselhar empresários e empresas na área financeira. Os serviços prestados aos clientes abrangiam áreas como o aconselhamento financeiro, o suporte das suas atividades bancárias e o apoio na marcação de viagens e contactos.

Como uma empresa de aconselhamento, a Akoya não era, segundo os seus sócios, responsável pela forma como os fundos dos clientes eram angariados – responsabilidade essa que pertencia aos bancos e instituições financeiras que detinham os fundos.

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Outros acionistas – entre os quais Álvaro Sobrinho, que tem também uma participação no SOL – demarcaram-se do caso, garantindo não haver qualquer relação entre a Akoya e a alegada rede. E pediram mesmo à autoridade de supervisão suíça uma inspeção extraordinária à empresa, que terminou de forma favorável.

O jornal Sol diz que apurou que dos três mil milhões de dólares alegadamente envolvidos no caso Monte Branco, apenas uma “ínfima” parte – cerca de 2% – eram geridos pela Akoya. Há mais bancos e instituições financeiras sob investigação.

Ricardo Salgado era um dos clientes do Akoya e foi ouvido como testemunha logo após a detenção dos dois gestores. Um ano e meio depois foi constituído arguido por suspeitas de envolvimento no mesmo processo.