O líder do movimento islâmico palestiniano Hamas, Khaled Meshaal, rejeitou esta quinta-feira qualquer proposta para desarmar os seus combatentes na Faixa de Gaza, uma das exigências feitas por Israel para um acordo a longo prazo.

“As armas da resistência são sagradas. E nós não vamos aceitar que estejam na ordem do dia” das próximas negociações do acordo de cessar-fogo em Gaza, afirmou Meshaal durante uma conferência de imprensa realizada em Doha, no Qatar, onde vive no exílio.

“Isso não pode estar sujeito a negociação. Ninguém pode desarmar o Hamas e a sua resistência”, acrescentou o responsável, citado pela agência de notícias France Press (AFP).

Depois de 50 dias de uma guerra que provocou mais de 2.140 mortos do lado palestiniano e 68 do lado israelita, Israel e palestinianos chegaram a um acordo de cessar-fogo esta terça-feira, interrompendo assim o conflito mais violento na região nos últimos anos. Após difíceis negociações, ambos os lados concordaram com um acordo mediado pelo Egito.

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“As duas partes aceitaram um novo apelo do Egito para um cessar-fogo global e recíproco, juntamente com a abertura simultânea de pontos de passagem entre a Faixa de Gaza e Israel, de forma a assegurar a rápida entrada de ajuda humanitária, assistência e meios de reconstrução”, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio num comunicado divulgado no dia em que foi anunciado o cessar-fogo.

O conflito entre Israel e os ativistas palestinianos da Faixa de Gaza iniciou-se a 08 de julho e fez mais de 2.130 mortos do lado palestiniano e 68 do lado israelita.

O acordo abrange ainda a autorização “da pesca até seis milhas náuticas”, uma vez que até agora os palestinianos de Gaza só podiam pescar até três milhas da costa.

Prevê-se ainda “a continuação das negociações indiretas [no Cairo] entre as duas partes sobre outras questões dentro do prazo de um mês após o início do cessar-fogo”, acrescentou a mesma nota da diplomacia egípcia.