O regulador dos mercados financeiros da Suiça, a FINMA, iniciou nesta sexta-feira os procedimentos para a insolvência da unidade suíça do Grupo Espírito Santo, o Banque Privée Espírito Santo, informou a agência em comunicado. Na nota publicada, o regulador suíço diz que o banco, em liquidação desde julho de 2014, estava demasiado endividado e que sobreavaliou os seus ativos, e que foi essa excessiva avaliação dos ativos que acabou por ditar o destino da unidade suíça.

O banco estava em processo de liquidação, mas para continuar a operar até fechar a atividade tem de fazer provisões para cobrir esses custos. A partir do momento em que o capital disponível já não era suficiente para cobrir esses custos, e uma vez que o acionista GES também está em insolvência e não pode assim aumentar o seu capital, o regulador decidiu os procedimentos para a falência do banco e nomeou um administrador de insolvência.

Ainda assim, o regulador estima que nesta altura o banco tenha capacidade para devolver rapidamente e na totalidade os depósitos até 100 mil francos suíços (82,7 mil euros).

A FINMA diz que o Banquee Privée foi arrastado para os problemas do GES não porque tivesse exposto em demasia às entidades do grupo que começaram a falhar nos seus pagamentos, mas pela falta de confiança envolvida, para a qual terá contribuído também ter ficado de fora das medidas de reestruturação ordenadas pelas autoridades portuguesas para o banco português, o BES.

Em julho deste ano, o Banque Privée decidiu vender uma parte considerável da carteira de clientes à Compagnie Bancaire Helvétique, e de seguida anunciou que iria cessar todas as operações e iria entrar em liquidação voluntária. Nessa altura, o balanço do banco foi reduzido de 600 milhões de francos suíços (cerca de 496 milhões de euros à taxa de câmbio atual) para 80 milhões de francos suíços (cerca de 96,7 milhões de euros),

O administrador de insolvência nomeado pelo regulador suíço terá como prioridade fazer o pagamento dos depósitos até 100 mil euros, algo que por agora o banco parece conseguir cumprir na totalidade sem recurso ao fundo de garantia de depósitos suíço.

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