Um grupo de cientistas descobriu que, vários quilómetros abaixo da superfície lunar, existe uma grande estrutura retangular que se pensa ser um antigo sistema de geológico por onde lava era libertada, há cerca de 3,5 milhões de anos. A descoberta vem sugerir que, no início, a Lua era muito mais dinâmica do que se pensava, refere a revista Science.

Este retângulo gigante foi encontrado por baixo do Oceano das Tempestades, a maior mancha escura do lado visível da Lua. Os primeiros astrónomos achavam que as manchas na superfície da Lua eram oceanos e chamaram-lhes “maria”, a expressão latina para “mares”. Mas, na verdade, tratam-se de grandes planícies de basalto escuro.

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NASA

Durante várias décadas, os cientistas acreditaram que este “oceano” era uma bacia ou uma grande cratera redonda, deixada depois do impacto com um grande asteróide. Mas, de acordo com esta descoberta, a cratera terá sido criada pelo arrefecimento de lava, durante a formação do satélite. Ao ser libertada, a lava terá pavimentado toda a região do Oceano, criando a mancha escura que é hoje visível. O peso da nova superfície rochosa terá feito encolher toda a região, formando a atual tipografia que se assemelha a uma bacia. Assim, à semelhança da Terra, terá ocorrido na Lua uma atividade vulcânica e tectónica intensa, normalmente associada a planetas de grande dimensão.

A investigação publicada na revista Nature foi feita utilizando informação recolhida pela missão GRAIL da NASA, que mapeou a superfície lunar em grande detalhe. Os cientistas já tinham conhecimento da existência de elementos radioativos na região, que há mil milhões de anos teriam produzido calor em excesso. Com o arrefecimento da região a rocha terá partido e formado padrões geométricos à semelhança dos que são encontrados na Terra mas numa escola muito maior.

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Do lado esquerdo, a Lua como é normalmente vista e do lado direito as imagens tiradas pela missão GRAIL – NASA

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