O Movimento de Utentes do Metropolitano de Lisboa critica a “falta de manutenção” dos equipamentos nos acessos a estações como Baixa-Chiado, Alameda, Olivais, Rato e Areeiro, com paragens “constantes”, mas a empresa afirma que “as avarias são pontuais”.

“Numa estação de metro, as coisas têm de funcionar”, defendeu o porta-voz do movimento, Aristides Teixeira, referindo que “uma coisa é haver uma avaria e outra é serem avarias institucionalizadas” como as que se têm vindo a verificar.

O Metro de Lisboa confirmou à Lusa que na Baixa-Chiado (linha verde e azul), no dia 29 de agosto, um lanço das escadas rolantes estava fora de funcionamento. Esta escada, a terceira de uma série de três no acesso entre o Largo do Chiado e a estação, esteve avariada até ao início de outubro, constatou a Lusa no local.

Quanto à Alameda (linha vermelha e verde), “um ponto por onde passa tanta e tanta gente”, um dos tapetes rolantes está parado “há imensos meses”, existindo apenas um sentido em funcionamento, segundo Aristides Teixeira.

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A Lusa verificou que na sexta-feira de manhã a situação ainda não tinha sido resolvida.

Nas Olivais (linha vermelha), “sempre que chove, ficam desativadas as escadas rolantes porque fica tudo molhado”, acrescentou o responsável. No final desta semana era possível constatar que existiam três escadas rolantes desativadas e baldes colocados na estação, tendo em conta a chuva que ali entrou.

Também na sexta-feira de manhã, o elevador que liga a estação do Rato (linha amarela) à saída para o Largo do Rato e para a Avenida Pedro Álvares de Cabral estava avariado.

Já no Areeiro (linha verde), as obras do Metro estão paradas há meses devido à falência do empreiteiro, mas “há anos que estão [ali] colocados contentores”, denunciou o movimento de utentes.

Para o porta-voz, “não é natural não haver capacidade imediata de resposta” até porque o serviço é pago para que os problemas sejam resolvidos logo.

“As coisas vão-se arrastando no tempo e põem a placa a dizer ‘avaria’. Passamos a contar aquilo como adquirido, mas as coisas não podem decorrer deste modo. É um roubo, um ultraje e um serviço que não é prestado”, assinalou.

A empresa refutou estas críticas, numa resposta escrita enviada à agência Lusa, frisando que “as avarias são pontuais, sendo que desde o final de 2012 que o Metropolitano de Lisboa colocou em prática medidas que permitiram melhorar os índices de operacionalidade dos acessos mecânicos, tendo contratado, no âmbito de um concurso público, uma prestação de serviços que assegura a manutenção corrente destes equipamentos”.

De acordo com a transportadora, isto “permitiu diminuir o número de avarias” e a taxa de operacionalidade atual está “na ordem dos 96%”.

Segundo dados da empresa, este ano foram apresentadas 136 reclamações relativas a acessos mecânicos fora de serviço, correspondente a 5% do total de reclamações que chegaram à Provedoria Arbitral do Metropolitano de Lisboa.

Aristides Teixeira justificou este número dizendo que “as pessoas não têm informação suficiente para apresentar queixar”.

O representante destacou ainda que “não há legislação que defenda os utentes”, pelo que estes podem reclamar, mas depois não são indemnizados.