Assim que se soube, no domingo, que estava internada no Hospital de S. João uma doente com suspeita de ébola, e enquanto ainda se aguardava pelos resultados das análises, já começava a crescer a ideia de que teria havido uma “falha no protocolo de segurança”, uma vez que a doente tinha chegado pelo próprio pé ao hospital, depois de ter ido a uma unidade privada de saúde. Essa alegada falha, que chegou a ser admitida pelo diretor geral de saúde, Francisco George, caiu agora por terra.

O que aconteceu foi que “os critérios de validação não estavam inicialmente totalmente observados porque a doente não tinha estado numa área de transmissão epidémica. Em rigor, as unidades privadas que atenderam a senhora em causa podiam não ter encaminhado para o S. João por razões ligadas ao ébola, uma vez que a ligação dizia respeito ao Senegal. Em rigor podia não ter sido validado como caso suspeito”, explicou Francisco George, que esteve a ser ouvido esta manhã na Comissão de Saúde, a pedido do Partido Socialista. Em relação à doente, que não ligou antes para a linha Saúde 24, o responsável diz que também não se pensa agora “responsabilizar” uma pessoa que estava ou está doente. “Não foi uma sucessão de falhas como alguns acreditam ter acontecido”, rematou Francisco George.

Estas declarações surgem depois de no início desta semana, e na sequência do internamento da doente com suspeita de ébola no Hospital S. João, ter circulado a ideia de que a unidade privada de saúde teria quebrado o protocolo ao não encaminhar a doente de acordo com as regras definidas. O próprio diretor geral de Saúde, na segunda-feira, disse ao Observador que tinha havido “uma falha no protocolo não muito grande” e que o assunto estava a ser investigado pela Direção Geral de Saúde.

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