A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, admitiu pela primeira vez este fim de semana, que houve desvio de fundos públicos na empresa estatal Petrobras. Numa conferência de imprensa, que teve lugar na residência oficial da presidência brasileira, Dilma garantiu que ia fazer “todo o meu [seu] possível para ressarcir o país”.
A empresa petrolífera tem estado debaixo do foco mediático, depois de se ver envolvida num escândalo de corrupção que girava em torno da, alegada, troca de subornos entre empreiteiros, os principiais executivos da Petrobras e membros do Partido Trabalhista (PT) e de outros partidos que apoiam o governo de Dilma. Em causa, estaria a atribuição ilegal de contratos milionários a determinadas construtoras. Para já, a presidente do Brasil garantiu que não ia tomar qualquer medida, remetendo para o Ministério Público qualquer decisão.
“Daqui para frente, a não ser que eu seja informada pelo Ministério Público ou pelo juiz, não tenho medida nenhuma a tomar, não é o presidente que processa. Eu tomarei todas as medidas para ressarcir tudo e todos, mas ninguém sabe ainda o que deve ser ressarcido”, garantiu Dilma Rousseff.
Quem não deixa cair o “caso Petrobras” é Aécio Neves, que disputará com Dilma a presidência do Brasil, já no próximo domingo, dia 26. No terceiro debate entre os candidatos à presidência do Brasil, o social-democrata voltou a atacar o PT, que considera o maior responsável pela crise na empresa. O candidato social-democrata denunciou que a gestão corrupta da Petrobras pode ter custado a perda de “quase metade do seu valor de mercado”, e deixou o alerta: “O trabalhador que investiu nela [na Petrobras] vai perder dinheiro.”
Foi, de resto, um debate marcado pela troca de acusações de “terrorismo”. Primeiro, Aécio acusou a máquina de propaganda de Dilma de “terrorismo pré-eleitoral”. A atual presidente do Brasil não se ficou e respondeu que “terrorismo” será o que o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) “vai fazer com os bancos públicos, caso vença as eleições”.
As últimas sondagens sobre a intenção de voto dos brasileiros davam um empate técnico entre os dois candidatos ao cargo de presidente do Brasil. Agora, depois do Mensalão, o caso Petrobras poderá ser uma pedra no sapato da candidata do PT, que procura o segundo mandato à frente dos destinos do país.