Os chefes da diplomacia da União Europeia rejeitaram hoje aliar-se ao Presidente sírio para derrotar o movimento extremista Estado Islâmico na Síria e no Iraque, indicando que manterão o seu apoio “político e prático” à “oposição moderada”.

“Em consequência das suas políticas e ações, o regime de [Bashar al-] Assad não pode ser um parceiro na luta contra o Estado Islâmico (EI)”, declararam os 28 Estados membros nas conclusões aprovadas pelo Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros, em que responsabilizam Assad de ter permitido o “florescimento” destes grupos terroristas.

Os 28 aprovaram novas sanções contra 16 pessoas e duas entidades ligadas ao regime do Presidente sírio e acordaram proibir a exportação de combustível para aviões e respetivos aditivos para a Síria. No total, são já 211 pessoas e 63 entidades as sancionadas pela União Europeia na Síria.

O combustível e os aditivos “são utilizados pela força aérea do regime de Assad, que realiza ataques aéreos indiscriminados contra a população civil”, argumentou a UE, garantindo que continuará a adotar medidas contra o regime sírio se a repressão continuar. Os ministros europeus apoiaram também os “esforços feitos por mais de 60 Estados para enfrentar a ameaça do EI, incluindo ações militares, de acordo com a legislação internacional”, indicaram nas conclusões do encontro.

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Referiram, porém, que “a ação militar neste contexto é necessária, mas não suficiente para vencer o EI, e é parte de um esforço maior que inclui medidas políticas e diplomáticas, financiamento à luta contra o terrorismo, bem como a área humanitária e de comunicação”. A UE pediu a todos os seus aliados que aumentem os seus esforços a nível nacional para evitar que o EI beneficie da venda ilícita de petróleo e outros bens.

Os 28 asseguraram que “é uma prioridade” prosseguir os esforços internacionais para alcançar uma transição na Síria que permita manter a unidade do país, a sua soberania e a sua integridade territorial, respeitando, ao mesmo tempo, a sua pluralidade étnica e religiosa.

“A UE continuará a fornecer à oposição moderada apoio político e prático”, disseram os MNE, pedindo a “todas as partes que se empenhem construtivamente em negociações” para obter uma transição.

Por outro lado, os chefes da diplomacia europeus expressaram a sua satisfação perante a formação de um novo Governo iraquiano e o seu “compromisso de enfrentar os atuais desafios através da aplicação de polícias inclusivas que respondam às necessidades e aspirações de todos os membros da sociedade iraquiana”.

Os Estados comunitários mostraram o seu “firme compromisso com a unidade, a soberania e a integridade territorial do Iraque” e saudaram as decisões de vários membros da UE que, de forma individual, vão ajudar o país com material militar e a sua experiência, “para reduzir a capacidade do EI de atacar a população civil”.

“Em última instância, no entanto, a solução para a crise só pode ser política”, salientou a União. Por outro lado, os ministros manifestaram “profunda preocupação, sobretudo devido a proximidade do inverno, com a situação humanitária dos milhões de sírios e iraquianos que foram deslocados pela força, tanto internamente como para os países vizinhos”.