Em Portugal será normal acabar o dia sentado no sofá a ver a telenovela que passa em canal nobre. Um gesto simples, rotineiro e inofensivo. Mas não se pensa assim em todo o mundo: só este ano dez dos 50 funcionários do governo e das forças militares norte-coreanas que já foram executados eram acusados de ver telenovelas sul-coreanas. A informação é da agência secreta da Coreia do Sul, citada pelo Telegraph.

De acordo com o jornal britânico, muitos dos executados seriam próximos de Jang Song-thaek, o tio do líder máximo Kim Jong-un que foi preso e executado em dezembro do ano passado, acusado de crimes contra o Estado. Desta forma, as execuções podem ser confundidas com uma purga que visaria eliminar todos os aliados de Jang, por receio de se tornassem oposição dentro do próprio regime.

Desertores norte-coreanos contaram ao Telegraph que é frequente haver versões pirateadas de programas sul-coreanos ou chineses, sendo que o governo começa a ter dificuldades em conter todas as influências que chegam, pelo mercado negro, do exterior.

A mesma fonte das secretas sul-coreanas que foi informada da execução dos transgressores informa também que foi aumentada a segurança das prisões políticas, que um grupo de piratas tentou aceder a telemóveis do país vizinho e que a cirurgia de remoção dos quistos dos tornozelos de Kim, que o fez desaparecer durante semanas, correu com sucesso.

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