O partido laico Nidaa Tounès venceu as eleições legislativas de domingo na Tunísia, derrotando o partido islamita Ennahda em 18 das 25 regiões, mas sem uma maioria suficiente para governar sozinho.

O Nidda Tounès, formado há dois anos e que pretende ser uma alternativa a movimentos islâmicos, obteve 85 dos 217 assentos da Assembleia de Representantes do Povo e o Ennahda 69, segundo os resultados oficiais, divulgados hoje de madrugada, citados pela agência EFE.

A terceira força política foi a União de Patriotas Livres (UPL), que passou de um para 16 deputados. Este partido foi criado em 2011 por um multimilionário de 42 anos, Eslim Riahi, muito popular desde que assumiu a presidência de um dos maiores clubes de futebol do país, o “African”.

A coligação de partidos de esquerda Frente Popular (FP) elegeu 15 deputados e os liberais do Afek Tunis oito, estando os restantes assentos repartidos por uma dezena de formações.

O Nidaa Tounès venceu o Ennahda em 18 das 25 regiões do país, incluindo a capital, Tunes, e as zonas do norte, mais produtivas ao nível agrícola, industrial e turístico.

Os islamitas, por seu lado, venceram em todas as regiões do sul desértico, de Kebili, junto à fronteira com a Argélia, a Medenin, Tatawin e Gabes, junto à fronteira com a Líbia.

Na região centro, os dois partidos empataram, mesmo em locais simbólicos como Sidi Buzid, berço da revolução que em 2011 pôs fim ao regime de Zine El Abidine Ben Ali.

Nestas eleições, desapareceram da Assembleia de Representantes do Povo (parlamento) partidos até agora importantes como a União por Tunes (UPT), herdeira do Partido Comunista Tunisino, que não conseguiu eleger nenhum deputado.

Outros partidos viram reduzida a sua presença, elegendo apenas um deputado, como o Movimento dos Democratas Socialistas (MDS), do ex-presidente Moncef Marzouki, o Congresso pela República (CPR) ou o socialista Atakatol, do presidente da Assembleia Constituinte Mustafa ben Jafar.

O Nidda Tounès deverá agora designar um novo primeiro-ministro para formar um governo e negociar com os outros partidos para conseguir o apoio de pelo menos 109 deputados da Assembleia.

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