A NATO confirmou que aviões russos voltaram hoje a sobrevoar a Europa, tendo detetado múltiplos voos, incluindo dois dos aparelhos TU-95 escoltados por F-16 da Força Aérea Portuguesa, mas sem violações do espaço aéreo da Aliança Atlântica. “Hoje, os radares da NATO detetaram e identificam vários aviões russos na proximidade do espaço aéreo da NATO”, no Mar Báltico, Mar do Norte e Atlântico, e, em resposta, aviões da NATO da missão de policiamento da Air Baltic, “assim como aparelhos das nações aliadas, foram deslocados para os intercetar”, indicou à Lusa fonte da Aliança Atlântica, apontando que, como nos dias anteriores, se contavam caças, bombardeiros e aviões-cisterna entre os aparelhos russos detetados.

Relativamente aos aparelhos intercetados pela Força Aérea, Roger Phillips indicou que “dois aviões russos TU-95 voaram perto da costa ocidental do Reino Unido, rumando a sul até Portugal, antes de regressarem”, e foram escoltados por caças noruegueses, britânicos e portugueses”, não tendo sido detetados violações do espaço aéreo da NATO. No entanto, assinala a Aliança Atlântica, nem sempre os aviões comunicaram devidamente com as autoridades civis de tráfico aéreo, e não utilizaram os seus “transponders” de bordo (sistema de identificação da aeronave), “o que coloca em risco o tráfico aéreo civil”.

A NATO sublinha ainda que, até à data, já procedeu a mais de uma centena de interceções de aviões russos em 2014, “o que representa cerca do triplo de ocorrências do ano anterior”. Fonte oficial do Governo indicara esta sexta-feira à Lusa que caças F-16 da Força Aérea Portuguesa intercetaram esta sexta-feira mais dois aviões militares russos a sobrevoar o espaço aéreo internacional sob jurisdição portuguesa, depois de, na quarta-feira, dois caças F-16 portugueses ao serviço da NATO já terem intercetado, identificado e escoltado dois aviões militares russos em espaço aéreo internacional sob a responsabilidade de Portugal.

A embaixada russa em Portugal afirmou na quinta-feira que os aviões russos intercetados por caças portugueses cumpriram o Direito Internacional e realizaram voos “em espaço aéreo sobre águas internacionais, não entrando de modo nenhum em espaços aéreos de outros Estados”, segundo um comunicado enviado à agência Lusa. Segundo o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), nesse primeiro caso, foram “detetadas duas aeronaves não identificadas em espaço aéreo de responsabilidade portuguesa” e ” acionados os meios de alerta previstos neste tipo de situações no quadro da NATO, tendo dois caças F-16 portugueses identificado duas aeronaves militares russas, que encaminharam para fora do espaço aéreo de responsabilidade nacional”.

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