Teresa Romero, a auxiliar de enfermagem espanhola que contraiu o vírus do ébola, e que desde 6 de outubro estava internada no hospital Carlos III em Madrid, teve alta esta quarta-feira. Antes de deixar o hospital falou aos jornalistas. “Não sei o que falhou, nem se algo falhou. Só sei que não tenho rancores nem culpa”, disse, citada pelo El País.

A auxiliar de enfermagem disse que o seu caso demonstrou que Espanha tem “o melhor sistema de saúde do mundo”, com profissionais “altruístas”, que, apesar da “nefasta direção política”, consegue “fazer milagres”. Apesar desta crítica, Teresa Romero não anunciou se vai prosseguir com ações legais, dizendo que os seus advogados a estão a informar dos passos a seguir.

Depois de sair do hospital, Teresa Romero irá viver por uns tempos com a mãe, enquanto a sua vivenda é desinfetada. Ao mesmo tempo, esta manhã o El País escreveu que Romero e o marido darão início às ações legais para apurar responsabilidades em todo este caso. A primeira será um processo contra o conselheiro de saúde, Javier Rodríguez, por ter acusado publicamente Teresa de mentir ao não informar o médico de que esteve em contacto com pessoas que morreram devido ao vírus do ébola.

O El País escreve também que os advogados de Romero querem apresentar uma queixa contra o Ministério da Saúde pela morte do cão do casal, Excalibur.

Os médicos que a trataram deram esta manhã uma conferência de imprensa, destacando “o grande profissionalismo” da equipa responsável pelo caso, escreve o El País.

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O diretor do hospital, Rafael Pérez-Santamarina, sublinhou que a alta de Romero é “uma grande notícia”, depois de “um mês complicado para todos”. Por sua vez, José Ramón Arribas, responsável pela unidade de doenças, disse que a auxiliar de enfermagem, de 44 anos, recebe alta com a certeza de que não há risco de contágio. Mas apesar da alta, Arribas diz que será necessário algum tempo até Romero recuperar totalmente “de um acontecimento muito dramático”.

No sábado, a auxiliar de enfermagem deixou a unidade de isolamento onde se encontrava internada desde o início do mês de outubro, quando os testes médicos confirmaram que tinha a doença. Há cerca de duas semanas, as últimas análises deram negativo para a presença do vírus e Romero foi transferida para um quarto normal, continuando sob observação.

Romero reconheceu estar frágil e pediu “tranquilidade” e acrescentou ter esperança que o seu caso sirva para investigar a doença. “Se o meu sangue servir para curar outras pessoas, aqui estou”, disse.