Mais de 200 mil embalagens de medicamentos foram doadas por empresas farmacêuticas a instituições de solidariedade social nos últimos dois anos, através do Banco de Medicamentos, segundo dados da União das Misericórdias Portuguesas.
Criado há dois anos no âmbito do Programa de Emergência Social, o Banco de Medicamento permite que os idosos carenciados tenham acesso a medicamentos gratuitos, através das doações feitas diretamente pelas empresas farmacêuticas às instituições de solidariedade social com serviços médicos e farmacêuticos.
Dados divulgados à agência Lusa pelo presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), Manuel Lemos, referem que, em outubro, estavam registadas no portal do Banco de Medicamentos 39 empresas farmacêuticas, que doaram, em dois anos, 200.295 embalagens de medicamentos a 83 instituições de solidariedade.
Em causa estão medicamentos e produtos de saúde com prazo de validade não inferior a seis meses, mas que estão em perfeitas condições de segurança e qualidade para serem utilizados pelos utentes mais necessitados das instituições.
Manuel Lemos fez um “balanço extremamente positivo” desta iniciativa, que tem permitido às 83 instituições registadas no portal “obter medicamentos de grande qualidade e fornecê-los a pessoas que, de outra maneira, teriam dificuldade em aceder aos medicamentos”.
“Sem esta ajuda tão preciosa nós não teríamos conseguido ajudar os idosos a tomar os medicamentos que precisavam na hora certa”, frisou, salientando o contributo dado pela autoridade nacional do medicamento (Infarmed) para atingir este objetivo.
“Tem sido um excelente parceiro nesta matéria”, sustentou Manuel Lemos.
Cabe à União das Misericórdias Portuguesas certificar as instituições que irão beneficiar deste projeto, e, segundo Manuel Lemos, ainda há abertura para acolher mais entidades na plataforma.
“Neste momento, mais oito unidades pediram adesão ao Banco de Medicamentos” e se cumprirem todas as condições serão incluídas no portal, revelou à Lusa.
O Banco de Medicamento foi criado a 09 de novembro de 2012, através de um protocolo assinado entre o Ministério da Solidariedade e Segurança Social, o Infarmed, a Apifarma (Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica) e a União das Misericórdias Portuguesas.
O Governo refere no PES que a alternativa à doação destes medicamentos seria a sua destruição, acrescentando que, “numa altura em que muitos idosos não conseguem suportar as suas despesas com medicamentos”, é importante “aproveitar estes remédios e acabar com o desperdício”.