O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, defende que não existe qualquer conflito de interesses no cargo que assumiu no início deste mês devido às investigações que a Comissão está a levar a cabo sobre os acordos fiscais do Luxemburgo, onde foi primeiro-ministro durante quase duas décadas, com várias multinacionais.
“Não há qualquer conflito de interesses quando a Comissão lança investigações” a este tipo de acordos, disse Jean-Claude Juncker numa aparição surpresa na conferência de imprensa habitual na sede da Comissão Europeia, em Bruxelas.
Juncker quis garantir que a Comissão, a que preside, vai combater a fraude e a evasão fiscal: “Eu quero que toda a gente saiba que não são apenas palavras, mas que reflete realmente o objetivo da Comissão”.
Jean-Claude Juncker tem estado sob pressão, após ter sido conhecida na semana passada uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação sobre os acordos entre centenas de multinacionais e o Estado do Luxemburgo para pagarem menos impostos, ou mesmo não pagarem, transferindo as suas sedes para o pequeno país.
Já na quarta-feira passada Juncker decidiu aparecer, mais uma vez de surpresa, na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia para rejeitar responsabilidades no caso. Questionado por um jornalista presente se era a pessoa adequada para continuar a presidente à Comissão, respondeu apenas: “Sou tão apropriado como você”.
O agora presidente da Comissão diz que, devido ao novo cargo, não pode comentar os assuntos internos do Luxemburgo.