O presidente russo, Vladimir Putin, pode ter considerado as sanções económicas impostas à Rússia um “estímulo“, mas os banqueiros do país estão tudo menos agradados com a possibilidade de os bancos do país virem a ser banidos do sistema internacional de transações SWIFT. O líder do segundo maior banco russo, o VTB Russia, garante que os bancos estão a trabalhar na criação de uma alternativa mas que, neste momento, barrar os bancos russos do SWIFT “significaria guerra“.
“Na minha opinião pessoal, se uma tal sanção for imposta isso significará guerra“, afirmou Andrey Kostin, presidente do VTB Russia, em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, foi o primeiro a colocar a hipótese de proibir o acesso dos bancos russos ao SWIFT, mas chegou a haver uma resolução no Parlamento Europeu a admitir esta possibilidade. No mesmo dia em que uma sanção destas fosse imposta, o embaixador norte-americano em Moscovo seria imediatamente convidado a sair do país, garantiu o banqueiro.
O SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) é uma plataforma global de pagamentos entre bancos e empresas, com mais de 10 mil instituições financeiras a usar diariamente esta plataforma para movimentar dinheiro. Todos os dias são movimentados cerca de seis biliões de dólares através desta plataforma, da qual a Rússia é das principais clientes.
O banqueiro reconheceu, na entrevista ao jornal alemão, que uma sanção deste género teria implicações graves para a economia russa. Garantiu, contudo, que existiria um “plano B” para o caso de o SWIFT ficar indisponível. Não é conhecido em que ponto estão os trabalhos de criação de um sistema de pagamentos alternativo. O VTB e o Sberbank anunciaram no mês passado que estavam a preparar essa alternativa, mas a previsão inicial é que esta só estaria concluída em maio de 2015.
A RT News acrescenta que a SWIFT, contactada, garante que não irá tomar a decisão de barrar o acesso às empresas e bancos russos, até porque não tem “autoridade” para tomar uma decisão desse género. Isso só poderá acontecer se houver uma resolução europeia nesse sentido.