Os portugueses vão viajar mais este ano no ‘reveillon’, a preços mais altos, mas maioritariamente para os destinos de sempre. Os dados são da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, antecipando um crescimento de cerca de entre 8% a 10%.

“As principais operações para o exterior no final do ano estão esgotadas na sua generalidade”, afirmou à Lusa o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, acrescentando que o aumento das vendas para o ‘réveillon’ está “em linha com o resto do ano”, ou seja “entre 8% e 10%”.

Já os destinos eleitos pelos portugueses não registam grandes surpresas, à exceção de um mercado mais de luxo como é o caso do Oriente e algum reforço da Disneyland Paris, em França.

“Quando falamos em final do ano, sabemos que há dois destinos internos muito importantes que são a Madeira e o Algarve. Sabemos que o Brasil é sempre um destino bastante procurado, não no Nordeste propriamente dito, mas no Sul, no Rio de Janeiro sobretudo porque é um destino muito importante de passagem de ano e sabemos que as operações para Cabo Verde estão esgotadas, não numa ótica de férias de fim de ano, mas de ‘short break’ de fim de ano [viagens de curta duração], de sol e de lazer”, explicou o responsável à agência Lusa, à margem do 40.º Congresso da APAVT, que decorre em Évora.

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Para além destes destinos que os portugueses já têm vindo a eleger nos últimos anos, Pedro Costa Ferreira enumera as ‘escapadelas’ para várias cidades europeias, como é hábito, mas “com alguma relevância para a Disney, porque tem a ver com as férias escolares e também porque o Natal na Disney está com uma campanha muito chamativa e um ‘marketing’ muito forte”, adiantou.

Já quanto às viagens de longo curso, “as novas rotas, agora mais consolidadas, para o Dubai permitem outros olhares para o Oriente”, assegura o presidente da APAVT, explicando que dentro de um segmento mais de viagens de luxo, “de viagens de mais alto valor acrescentado”, o Oriente “tem crescido de forma sustentada ao longo do ano e espera-se que no final do ano volte a crescer”.

Questionado se esta é uma tendência a que se está a assistir realmente este ano, Pedro Costa Ferreira esclarece que “coincide com a recuperação” que se tem verificado da procura de viagens por parte dos portugueses.

“Vendem-se pacotes do ponto de vista do mercado como um todo. Se falarmos em turismo de massas não é tão significativo, mas há um mercado relacionado com as viagens de mais alto custo e aí sim, neste momento está o Oriente. A verdade é que do ponto de vista da relação qualidade-custo o Oriente dá cartas, é muito competitivo, tem uma cultura de serviço muito forte e para quem gasta mais dinheiro é possível fazer coisas muito boas”, afirmou ainda.

Já sobre os preços a que estas viagens estão a ser vendidas de uma forma global, o presidente da APAVT afirma que, “em média, os preços estão mais elevados que no ano passado”.

Facto que faz o responsável realçar dois aspetos: que o crescimento das agências de viagens “tem sido consolidado”, mas sobretudo que “este ano houve uma grande adequação, e muito inteligente, no mercado das ofertas ‘charter’ relativamente à procura” e, quando assim acontece, “o preço sobe de imediato”.