Ao contrário da atitude habitual, o advogado de José Sócrates perdeu esta quinta-feira alguns minutos para falar aos jornalistas à porta da cadeia de Évora. João Araújo disse ter ao seu dispor várias ferramentas para a defesa do ex-primeiro-ministro, além do recurso que deverá entregar terça-feira no Tribunal da Relação de Lisboa.
O advogado pediu que não lhe perguntassem “como está José Sócrates”. “Está muito melhor que eu”, voltou a responder. E explicou que o “cliente tem sido minuciosamente atacado pela imprensa” e tem que se defender.
João Araújo anunciou a entrega do recurso da medida de coação aplicada, a de prisão preventiva, para segunda-feira, pelas 16h, no Tribunal da Relação de Lisboa. À porta da cadeia de Évora disse que a prisão de Sócrates é “ilegal” e que vai exigir a sua libertação imediata. Só não avançou com os fundamentos, batendo-se sempre no argumento da prisão ilegal de Sócrates.
“Há um cidadão injustamente preso, se cada vez que fosse preciso fazer alguma coisa fosse preciso prender alguém…”, disse.
Quanto às notícias que, no último fim de semana, davam conta de que o motorista do Sócrates, João Perna, e o seu amigo e arguido no processo, Carlos Santos Silva, partilhavam a mesma cela na cadeia da Polícia Judiciária, o advogado considerou “ridículo”.
“É uma manobra tradicional das polícias. Isso mete nojo. Há notícias a dizer que eles estão a partilhar cela. Logo a seguir descobrem que estão na mesma cela e daí a senhora ministra abre um inquérito, é patético!”.
O advogado ainda pediu a palavra aos jornalistas para falar. E aproveitou para criticar algumas notícias de jornais. Haverá “bons resultados colaterais”, sentenciou.