O Papa Francisco negou uma audiência privada ao Dalai Lama para não prejudicar as relações entre o Vaticano e a China. De acordo com um porta-voz do Vaticano, o pedido foi negado “por razões óbvias”. “Obviamente, o Papa Francisco tem grande consideração pelo Dalai Lama, mas não vai encontrar-se com nenhum dos laureados com o Nobel”, disse o mesmo porta-voz, citado pela BBC.

O Dalai Lama vai estar em Roma durante três dias para participar na 14.ª Cimeira Mundial de Prémios Nobel da Paz, que decorre até domingo. O encontro estava marcado para a Cidade do Cabo, na África do Sul, mas foi mudado para Roma porque as autoridades sul-africanas se recusaram a emitir um visto para o Dalai Lama, também para não enfurecer a República Popular da China.

O Vaticano e a República Popular da China cortaram relações diplomáticas em 1951, dois anos depois de o Partido Comunista Chinês ter subido ao poder. Ao longo da história foram vários os episódios que contribuíram para complicar as relações, que o Vaticano tem tentado melhorar. O encontro com o Dalai Lama iria colocar as aproximações em risco.

O último encontro do Dalai Lama com o líder da Igreja Católica aconteceu em 2006, quando o pontífice era Bento XVI.

Desde 1959 que o Dalai Lama vive exilado na Índia, onde instalou o Governo Tibetano no Exílio. Para a China, o líder budista tibetano representa o separatismo do Tibete, território anexado pela China no início dos anos 50 e ao qual chama “Libertação Pacífica do Tibete”.

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