Os galardoados com o Nobel da Paz reunidos em Roma expressaram, num texto comum este domingo divulgado, a sua “profunda preocupação” acerca da ameaça de “algumas grandes potências” que usam a força, arriscando uma “nova Guerra Fria ainda mais perigosa”.

Reunidos desde sexta-feira na capital italiana, os vencedores do prémio de Paz denunciaram ainda “o fanatismo disfarçado de religião” e destacaram “os conflitos existentes ou latentes, em particular na Síria, Iraque, Israel/Palestina, Afeganistão, Sudão do Sul e Ucrânia” que têm tido “uma evolução cada vez mais perigosa”.

No documento comum, os galardoados, incluindo o líder budista Dalai Lama, expressaram a sua “profunda preocupação por causa do risco crescente de guerra, incluindo uma guerra nuclear entre os grandes Estados.”

Sem citar nomes de países, os premiados defenderam que “esta ameaça resulta de certas grandes potências pensarem que podem atingir os seus objetivos através do uso da força” e que “essa tendência, se não for controlada, conduzirá inevitavelmente a um aumento da confrontação militar e a uma nova Guerra Fria ainda mais perigosa”.

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Os signatários do documento destacaram ainda o conflito na Ucrânia, para dizer que “ameaça a estabilidade na Europa e compromete a sua capacidade de desempenhar um papel positivo no mundo”.

Além de Dalai Lama, estiveram presentes no encontro o ícone anticomunista polaco Lech Walesa, o ex-líder soviético Mikhail Gorbachev, Shirin Ebadi (Irão), Leymah Gbowee (Libéria), Tawakkol Karman (Iémen), Belly Williams, Mairead Maguire e David Trimble (Irlanda do Norte), José Ramos-Horta (Timor Leste) e Jody Williams (EUA).

O arcebispo sul-africano Desmond Tutu não pode deslocar-se a Roma por motivos de saúde.