A Sony anunciou esta quarta-feira que decidiu cancelar a estreia do filme “The Interview”, marcada para a próxima semana, depois de a maior parte das grandes salas de cinema norte-americanas se terem recusado a exibir o filme, escreve a CNN. “Na sequência da decisão da maioria das salas de não exibirem o filme “The Interview”, decidimos não avançar com a estreia, prevista para dia 25 de dezembro”, disse a companhia em comunicado.

Na terça-feira, o grupo de hackers Guardians of Peace, responsável pelo ataque ao sistema informático da Sony Pictures e pelo roubo de informações confidenciais, fez uma ameaça de levar a cabo um ataque com consequências semelhantes ao 11 de setembro, avisando os possíveis espetadores para não se deslocarem aos cinemas onde o filme seria exibido.  

“The Interview” tem provocado polémica devido ao argumento, no qual, dois jornalistas, interpretados por Seth Rogen e James Franco, são recrutados pela CIA para assassinar Kim Jong-Un, aproveitando para isso a viagem à Coreia do Norte para entrevistar o líder do país. Pyongyang reagiu quando o trailer do filme foi divulgado e prometeu uma “retaliação impiedosa” e avisou que a estreia do filme seria “um ato de guerra”.

Suspeita-se, aliás, de que o ataque de que a Sony Pictures foi alvo tenha sido motivado pela raiva contra o filme, escreve a CNN. A Coreia do Norte negou estar envolvida no ataque informático à Sony, mas elogiou o “ato de justiça”. Esta quarta-feira, o Governo dos Estados Unidos anunciou que a Coreia do Norte esteve diretamente envolvida nos ataques.

O FBI está a investigar o ataque informático. Segundo o Departamento de Segurança dos EUA, “não há nenhum indício que aponte para um ataque a salas de cinema dentro do país”.

Alguns críticos de cinema já tiveram a oportunidade de ver o filme e as opiniões não são positivas. A revista Variety disse que “The Interview” é uma “suposta sátira tão divertida quanto uma escassez de alimentos à comunista”.

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