A crise no rublo já se começou a fazer sentir em força nos países da antiga União Soviética. A Bielorrússia criou um imposto que taxa em 30% todas as compras de moeda estrangeira e mais que duplicou as taxas de juro que o banco central cobra para emprestar aos bancos comerciais, para os 50%.
O banco central da Bielorrússia, país liderado pelo autoritário Alexander Lukachenko, explicou a decisão de criar este imposto com a “crescente procura por moeda estrangeira no mercado doméstico”. Os receios em relação ao rublo estão a provocar uma fuga para divisas mais seguras, como é o caso do dólar.
A elevada dependência e ligação à Rússia começa assim a ter impacto mais direto nestes países. No caso da Bielorrússia, mas não só, a Rússia é o principal parceiro comercial.
O rublo bielorrusso, por exemplo, já perdeu mais de 15% do seu valor face ao dólar este ano, de forma estável, tirando na sexta-feira em que em apenas um dia perdeu 5,5% do seu valor face ao dólar para o nível mais baixo desde 1998, altura em que a Rússia entrou em default, na sequência de uma crise cambial que ficou na história e nos livros de economia.
No Quirguistão, o banco central anunciou que iria fechar todas as praças de negociação privadas depois de o peg ao dólar americano (a taxa de conversão fixa) ter sido quebrado, embora por momentos, na quarta-feira.
Na Arménia, o dram perdeu 17% do seu valor face ao dólar desde meados de novembro, algo que o governador do banco central do país já chama de “híper-desvalorização”.
Para além deste imposto sobre a compra de moeda estrangeira, o banco central da Bielorrússia anunciou também que vai avançar com a proibição, temporária, de negociações de divisas fora do mercado regulamentado.
Um dos principais problemas destes países – Arménia, Moldávia, Quirguistão e Tajiquistão – é estarem elevadamente dependentes das remessas dos emigrantes que trabalham na Rússia, que estão a cair em consonância com o valor do rublo.