Embora ainda não se saiba nada oficialmente sobre os três homens que mataram 12 pessoas esta terça-feira num ataque terrorista em Paris, todos os especialistas internacionais que olharam para os vídeos amadores que registaram as suas movimentações apontam que se trata de profissionais, possivelmente com treino militar. Detalhes como matar o polícia que já estava ferido no chão ou apanhar o que parece ser um sapato antes de deixar a cena do crime mostram detalhe que denuncia preparação e ataques prévios.

Para além desta atitude, ao sair da redação, um dos terroristas ergue o dedo indicador num gesto que tem sido usado por radicais islâmicos, nomeadamente, pelo auto proclamado Estado Islâmico. Este gesto simboliza o tawhid, ou seja, a crença muçulmana da unidade de com Alá e pode ser usado com a profissão de fé: “Não há Deus senão Alá e Maomé é o seu mensageiro”. Os terroristas disseram ainda aos transeuntes que eram da Al Qaeda ligada ao Iémen e que era assim que desejavam ser identificados.

Peter Neumann, especialista em terrorismo da King’s College em Londres, disse ao The New York Times que o ataque parecia mais organizado que atos terroristas ligados ao Estado Islâmico que consistem na ação de uma única pessoa e que por isso, era possível que haja realmente ligações à Al Qaeda.

Richard Clarke, antigo conselheiro de contra-terrorismo da Casa Branca, disse à cadeia de televisão norte-americana ABC que o ataque aconteceu de “forma calma e controlada”. “Eles parecem muito disciplinados a disparar e não parecem estar loucos, parecem sim estar a levar a cabo uma operação militar”, disse Clarke, enquanto outro especialista denotou que não houve “pânico” na saída da cena do crime, o que demonstra que não era a primeira vez que faziam uma operação deste género.

O equipamento era também muito profissional com os homens vestidos inteiramente de preto com domínio sobre as AK47 que foram disparando. François Heisbourg, presidente do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, disse à BBC que o ataque foi “muito profissional”. “O mais parecido possível com uma operação militar”, afirmou o especialista.

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