O Supremo Tribunal de Espanha admitiu o pedido de reconhecimento de paternidade apresentado por uma belga que reclama ser filha do rei Juan Carlos. Um outro pedido, interposto por um cidadão espanhol, foi, no entanto, recusado. Os dois, Ingrid Jeanne e Albert Solá Jimenez, já fizeram um teste e o resultado aponta para 91% de probabilidade de serem irmãos.

Segundo o El País, o juiz pode agora ordenar que Juan Carlos faça um teste de paternidade. Mas a lei permite que ele recuse fazê-lo. Para já, o porta-voz do Palácio de Zarzuela não tece qualquer comentário. Fonte judiciais explicaram ao jornal espanhol que, para ser admitido o pedido, tem que haver uma prova que ateste o relacionamento entre o rei e, neste caso, as mães de Ingrid Jeanne e de Albert Jimenez, como uma fotografia ou uma carta. Terá sido por isso que o pedido de Jimenez não foi admitido.

Recorde-se que Jimenez foi adotado, mas a sua mãe biológica, segundo ele, é filha de um banqueiro espanhol, que terá mantido um relacionamento com o rei ao longo de dois anos. Jimenez, hoje com 58 anos, foi dado para adoção quando tinha apenas três meses. Já tinha tentado interpor um processo para reconhecimento de paternidade em 2012, mas viu o pedido ser rejeitado por um juiz, devido ao fato de a Constituição espanhola de 1978 conceder ao chefe de Estado imunidade total dos processos judiciais. Depois de ter abdicado do trono, qualquer processo contra ele tem que ser apreciado pelo Supremo Tribunal de Espanha.

Os dois pedidos chegaram inicialmente ao tribunal ainda Juan Carlos era Rei. Nunca avançaram pela sua “imunidade”. Depois de ter abdicado do trono, a cidadã belga e o cidadão espanhol voltaram a tentar o processo de reconhecimento, em junho passado.

 

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