Pelo menos cem pessoas da região da Covilhã são esperadas no domingo em Évora para participarem numa ação solidária para com o ex-primeiro-ministro, que ali se encontra detido preventivamente. A iniciativa, marcada para as 15h em frente à cadeia de Évora, está a ser organizada por um empresário covilhanense, “amigo de longa data” de José Sócrates, que apresenta esta ação como “uma onda de solidariedade, absolutamente apartidária, pacífica e respeitadora”.

“Vamos lá porque somos amigos de José Sócrates. Porque somos da uma região que muito lhe deve e porque queremos manifestar-lhe a nossa solidariedade e dar-lhe o nosso abraço mais fraterno e sincero”, disse à agência Lusa o promotor, José António Pinho. O empresário explicou ainda que cada um dos participantes pagará o próprio bilhete de autocarro (12 euros), sendo que até agora há 100 inscrições.

“São dois autocarros completos e já informámos no facebook que podemos alugar um terceiro, caso tenhamos pessoas em número suficiente. Seja como for, acho que estarão lá mais do que 100 participantes, visto que já muita gente me disse que vai pelos próprios meios”, acrescentou.

José António Pinho diz que a manifestação “deverá ser silenciosa, sem bandeiras de qualquer força partidária” e que não pretende ser contra a Justiça, isto apesar de “na qualidade de cidadão” deixar críticas ao facto de José Sócrates estar detido há 60 dias “sem provas e culpa formada”. O organizador adiantou ainda que já tem a confirmação de que será autorizado a entrar no Estabelecimento Prisional para visitar o amigo e dar-lhe conta da mensagem das restantes pessoas.

José Sócrates cresceu e iniciou o percurso profissional e político na cidade da Covilhã, da qual recebeu a Chave da Cidade e a Medalha de Ouro de Mérito Municipal no dia 20 de outubro de 2014. Na cerimónia, o ex-primeiro ministro afirmou que recebia aquela homenagem com “muita emoção”, porque “nada se compara a uma distinção que testemunha a estima que um político recebe dos seus próprios conterrâneos”.

José Sócrates foi detido a 21 de novembro, no aeroporto de Lisboa, depois de uma viagem desde Paris. O ex-chefe do Governo está indiciado de branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e corrupção e preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora desde o dia 25 de novembro.

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