A auditoria às perturbações que afetaram a operação da TAP nos meses de verão está concluída e os custos quantificados, anunciou nesta quarta-feira o Governo, que remeteu a sua divulgação para a administração da companhia aérea e rejeitou impactos na privatização. “Temos conhecimento dos resultados da auditoria e do impacto financeiro [das perturbações], mas vamos querer que seja a companhia, na apresentação de resultados de 2014, a divulgar”, disse hoje o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, num almoço debate no Instituto Amaro da Costa.

Questionado pelos jornalistas sobre o impacto destes problemas na avaliação dos potenciais interessados na privatização da TAP, o governante defendeu que “os investidores descontam que 2014 foi, por força de tudo aquilo que aconteceu, um ano menos bem conseguido por parte da TAP em algumas das suas unidades”. “Esperamos que os investidores entendam que o segundo semestre [de 2014] não foi normal e percebam que, sendo eventos identificados, a TAP corrigiu alguns e saibam enquadrar as greves como um episódio do processo de privatização, que não se repetirá em 2015 nem nos próximos anos”, argumentou.

No início de fevereiro, os interessados na TAP poderão levantar toda a informação disponibilizada sobre o grupo, que se junta ao caderno de encargos com as condições de compra, sendo que esta documentação só poderá ser levantada mediante a assinatura de um acordo de confidencialidade. Mais uma vez, o governante escusou-se a comentar o número e o nome dos interessados na transportadora portuguesa.

De acordo com Sérgio Monteiro, as causas dos atrasos e cancelamentos nos meses de junho e de julho “estão identificadas e os custos estão identificados”. “Sabemos qual é o impacto e esperamos que não se repita nos próximos anos. A TAP aprendeu o que correu mal e fará tudo para que não se repita”, acrescentou, realçando que “2015 será um ano de crescimento consolidado”.

Em outubro, o presidente da TAP anunciou no parlamento a contratação de uma auditora externa para avaliar os problemas técnicos que afetaram os aviões do grupo durante os meses do verão. Na comissão de Economia e Obras Públicas, o presidente da TAP, Fernando Pinto, anunciou a contratação de uma auditoria aos incidentes, que foram uma das principais causas do cancelamento de voos, sem adiantar o nome da empresa.

Ainda assim, Fernando Pinto garantiu que “a TAP não sofreu um ponto de perda na reputação técnica” com os incidentes deste verão, adiantando que a companhia nacional “é mais conservadora do que as outras empresas”.

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