O novo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, inicia no domingo a sua primeira ronda europeia que vai passar por Chipre, Itália e França, indicaram os serviços do executivo helénico, citados pela agência francesa AFP. Tsipras, que tomou posse como primeiro-ministro na passada segunda-feira após a vitória nas eleições legislativas de 25 de janeiro do seu partido, o Syriza (esquerda), irá encontrar-se na terça-feira em Roma com o seu homólogo italiano Matteo Renzi.
Um dia depois, na quarta-feira, o novo primeiro-ministro grego estará em Paris, onde será recebido pelo Presidente francês, François Hollande. Antes de Roma e Paris, Alexis Tsipras vai passar por Chipre, que tradicionalmente é sempre a primeira deslocação oficial ao estrangeiro de um primeiro-ministro grego.
Situada no Mediterrâneo oriental, a ilha de Chipre está dividida em duas partes desde a invasão do norte pela Turquia, em julho 1974, em reação a um golpe de Estado liderado pelos nacionalistas cipriotas gregos que pretendiam integrar o território na Grécia.
A ronda europeia de Tsipras vai ser precedida por um périplo do ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, por várias capitais europeias: Londres, Paris e Roma. Varoufakis vai encontrar-se no domingo em Londres com investidores, sendo recebido na segunda-feira pelo seu homólogo britânico George Osborne. Ainda na segunda-feira, o ministro grego segue para Paris, onde vai encontrar-se com os ministros das Finanças e da Economia franceses, Michel Sapin e Emmanuel Macron, respetivamente.
Varoufakis estará terça-feira em Roma, segundo o seu porta-voz, que não deu pormenores sobre os encontros já agendados na capital italiana. O ministro das Finanças grego encontrou-se hoje em Atenas, pela primeira vez, com o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem. Varoufakis afirmou que o novo governo grego não reconhece a ‘troika’ como interlocutora válida nas negociações sobre o programa de resgate à Grécia.
Segundo Varoufakis, a Grécia quer dialogar com a Europa, mas não com a ‘troika’, que inclui Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, credores do país. “Não temos intenção de trabalhar com uma comissão que não tem razão de existir, mesmo na perspetiva do Parlamento Europeu”, afirmou numa conferência de imprensa conjunta com Jeroen Dijsselbloem.
O chefe do Eurogrupo advertiu que o novo governo grego deve respeitar os acordos firmados entre Atenas e os parceiros europeus. “Ignorar os acordos não é o caminho certo”, indicou Dijsselbloem. Antes da reunião com Varoufakis, o chefe do Eurogrupo encontrou-se com Tsipras.