O primeiro-ministro canadiano, Stephen Harper, disse que o seu Governo considera “todas as opções” em relação ao conflito na Ucrânia, incluindo as militares, depois de se reunir em Otava com a chanceler alemã, Angela Merkel.

Depois de um encontro de 45 minutos na capital canadiana na segunda-feira, os líderes dos dois países manifestaram perante a imprensa as diferenças de abordagem no que toca a uma solução para o conflito entre a Ucrânia e a Rússia.

Merkel deixou claro que a Alemanha não considera o uso de força como uma opção, e alertou que a posição de Otava pode gerar problemas na relação transatlântica.

“Até ao momento temos sido capazes de trabalhar muito bem juntos em relação a esta violação da Rússia da integridade territorial da Ucrânia”, disse Merkel, depois de se reunir com Harper.

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“Espero que possamos resolver este conflito com métodos diplomáticos porque com métodos militares não pode ser solucionado”, acrescentou a chanceler, que horas antes se reuniu na Casa Branca, nos Estados Unidos, com o Presidente norte-americano, Barack Obama.

No entanto, Harper, que se destacou pela firmeza da sua retórica contra a Rússia, chegando mesmo a comparar o Presidente russo, Vladimir Putin, com Hitler, não excluiu a possibilidade de uso de força.

“Creio que toda a gente espera que possamos resolver este assunto através de canais diplomáticos. Infelizmente, até agora, Putin tem optado por utilizar métodos violentos e militares, e essa é a realidade”, declarou Harper.

“Claramente, Merkel, Hollande [Presidente francês] e outros estão a tentar todas as opções possíveis para encontrar uma solução. Da nossa parte, estamos a considerar todas as opções, consultando e trabalhando com os nossos aliados, e até agora temos proporcionado ajuda humanitária e ajuda militar não letal à Ucrânia”, acrescentou.

Questionado sobre se o Canadá estaria disposto a disponibilizar armamento à Ucrânia, tal como Kiev solicitou aos seus aliados ocidentais, Harper disse que Otava seguiria os passos de Washington, mas reiterou que a intervenção armada ocidental continua em cima da mesa.

“Na semana passada anunciámos que o Canadá vai unir esforços com os Estados Unidos para apoiar a Ucrânia com uma comissão militar conjunta. Vamos continuar a trabalhar para resolver esta situação de forma tão pacífica quanto possível”, concluiu.

Depois de se reunir com Merkel, Obama disse que, caso a via diplomática venha a “fracassar”, serão avaliadas “todas as opções” disponíveis e que o envio de “armas defensivas letais” ao Governo da Ucrânia “é uma delas”.