Um tribunal do Egito ordenou a libertação sob fiança de dois jornalistas da Al Jazeera detidos sob a acusação de divulgar notícias falsas para ajudar um grupo terrorista, avança a BBC. O juiz Anwar Gabry declarou que os promotores não conseguiram apresentar provas conclusivas de que os jornalistas eram culpados das acusações.
Mohamed Fahmy e Baher Mohamed estavam presos desde junho de 2014, ao lado do repórter australiano Peter Greste, já deportado. Os jornalistas negam que tenham colaborado com o grupo Irmandade Muçulmana durante a deposição pelas Forças Armadas do Presidente eleito, Mohamed Morsi, em julho de 2013. Fahmy e Mohamed haviam sido condenados a penas de prisão entre os sete e os dez anos.
Segundo a BBC, Fahmy desistiu da sua cidadania egípcia para qualificar-se para a deportação para o Canadá, enquanto Mohamed não tem passaporte estrangeiro.
O julgamento foi amplamente condenado pela imprensa internacional e pelo Governo canadiano, que acusou o Tribunal de Cairo de “ter sido precipitado em pronunciar o seu veredito”.
Em entrevista à BBC, Peter Greste expressou a sua preocupação com os seus companheiros detidos e utilizou as redes sociais para promover a libertação de Fahmy e Mohamed.
Strange feeling to watch my cell mates and brothers Fahmy & Baher in court from the outside. My heart is in the cage with them #FreeAJStaff
— Peter Greste (@PeterGreste) February 12, 2015
O julgamento dos jornalistas ocorreu no contexto da crescente tensão entre o Egito e Qatar, onde localiza-se a emissora de televisão Al Jazeera e cujo Governo apoiou o ex-Presidente Mohamed Mohamed Morsi.